Bispo da Igreja Católica envia carta aos fiéis sobre o 2º turno no Rio

Bispo Dom Roberto ao lado do Padre Lucas,
Pároco de São Francisco de Itabapoana
Assim que terminou o 1º turno das eleições no Estado do Rio de Janeiro, a igreja católica através de Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo Diocesano de Campos enviou uma carta aos católicos eleitores colocando claramente a posição da igreja quanto o 2º turno das eleições no Estado.  No documento, o Bispo  faz questão de destacar  que o candidato Marcelo Crivella é o representante da Igreja Universal e que estaria a serviço da IURD neste pleito . “... sabemos que esta agrupação religiosa tem confessadas intenções de dirigir o Estado como atesta nitidamente o livro do fundador Edir Macedo sobre a política” afirmou o bispo em um trecho da carta.
Em outro momento, ele afirma que algumas instituições já estariam sendo usadas pela Universal. “... conselhos tutelares, presídios, e obras assistenciais têm sido usadas como aparelho desta instituição”. Ele lembra ainda do episódio em que um Bispo da Universal chutou 22 vezes a imagem de Nossa Senhora Aparecida e finaliza falando da perseguição da Universal à outras religiões, e critica o candidato Crivella, quanto ao tema relacionado ao homossexualismo.

Na carta, Dom Roberto deixa transparecer a sua preocupação com a intolerância religiosa e afirma a necessidade de se manter uma sociedade livre para escolhas em um país laico. Citando o Mestre Paulo Freire, ele reafirma que a educação deve ser integral capaz de impulsionar o  respeito, a liberdade religiosa e uma autêntica laicidade que promova um relacionamento de autonomia e colaboração entre a Igreja e o Estado.

Leia a Carta na íntegra

Eleições 2014, segundo turno no Rio de Janeiro Uma questão de tolerância 13/10/2014
Analisando o segundo turno das eleições 2014, desde a perspectiva da educação, desponta claramente diante dos dois projetos vencedores no primeiro turno, uma questão de tolerância. Isto significa que face a uma sociedade pluralista, democrática e laica (porém não laicista), não há lugar para o discurso exclusivista e intolerante que é representado pelo candidato da Igreja Universal do Reino de Deus, o bispo Marcelo Crivella. Muito embora ele argumente que existe separação de Igreja e Estado desde o diploma 19 A de 1891, sabemos que esta agrupação religiosa tem confessadas intenções de dirigir o Estado como atesta nitidamente o livro do fundador Edir Macedo sobre a política. Mais, conselhos tutelares, presídios, e obras assistenciais tem sido usadas como aparelho desta instituição. Não é casual que quando no Brasil se fala de intolerância vem imediatamente a data do 21 de janeiro (dia nacional de luta contra a intolerância religiosa), dia que morreu a Babalorixá Gilda, após ter o seu retrato estampado na Folha da Igreja Universal de 02 de outubro de 1999, com o título: macumbeiros que exploram o povo; fato que levou a depredação total do seu terreiro na Bahia. Todos vimos também quando no dia 12 de outubro de 1995 o Bispo da IURD, Von Helde chutou 22 vezes a imagem de Nossa Senhora Aparecida, sendo punido por este ato. O ministério público federal da Bahia requisitou o livro de Edir Macedo sobre orixás e caboclos por demonizar os cultos afro-brasileiros, e incitar a violência contra as religiões africanas. Além destes casos quantos irmãos brasileiros tiveram guias arrancadas pela força, imagens quebradas, Igrejas pichadas, Terreiros depredados? O próprio candidato mostra sua incapacidade de juízo independente quando defende que todos os homosexuais pelo fato de sê-lo estão em situação de pecado. A educação afirmava Paulo Freire, visa a verdadeira tolerância que se constrói no diálogo e reconhecimento das diferenças, na esperança cristã, e no amor incondicional a dignidade da pessoa humana. Uma educação integral do ser humano tem que ter uma janela para o transcendente, impulsionando o respeito, a liberdade religiosa e uma autêntica laicidade que promova um relacionamento de autonomia e colaboração entre a Igreja e o Estado. Deus seja louvado!
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz Bispo Diocesano de Campos.

6 comentários

Anônimo disse...

Todos deveriam se posicionar como a igreja católica fez.Sou evangélico e não podemos deixar que o nosso estado vá parar nas mãos dessas pessoas que usam da fragilidade das pessoas para enriquecer.Votar em Crivela é votar em edir Macedo e na sua falsa doutrina.

Anônimo disse...

Muito infeliz no comentario...o que Dizer de votar em Dilma? ela não acredita em Deus,porque ele não coloca essa situação em cheque?.prefiro ficar calado pra não ofender.

Anônimo disse...

Vote Aécio, assistindo o vídeo youtube: Policial Civil de Minas Gerais sobre Aécio Neves.

Anônimo disse...

Uma religião não deveria se envolver em questões como essas Primeiro que o verdadeiro manipulador ai é a igreja o padre e quem usar esse tipo de argumento penso que o povo deve escolher o que é melhor para o brasil. Isso é democracia e não usar um templo para postar esse tipo de comentário eu não sou religioso e posso garantir ia votar no Pezão com essa ai eu vou votar no Crivela quem garante que esse cara não foi comprado

ELZANAPEREIRA disse...

ESTOU DE PLENO ACORDO COM O SACERDOTE DA IGREJA CATÓLICA ..... MAIS CONCORDO PLENAMENTE COM O BISPO EDIR MACEDO, QUANDO DIZ QUE TODO HOMOSSEXUAL ESTÁ EM SITUAÇÃO DE PECADO ... OU SERÁ QUE O BISPO DA IGREJA CATÓLICA CONCORDA COM A UNIÃO ENTRE DOIS HOMENS, OU DUAS MULHERES .... ISSO É SODOMITISMO.......É PECADO BISPO....

Anônimo disse...

Eu pensei na minha ignorância que um Bispo da Igreja Católica, que para chegar a tal situação deve ter estudado exaustivamente as sagradas escrituras, usaria um dos textos da mesma para embasar seu argumento. Visto que de forma fatídica, o mesmo utilizou um argumento de Paulo Freire, que pelo o que eu saiba nunca foi conhecido por ser teólogo, nem muito menos é o autor mais estudado nos seminários de teologia, muito menos é autor de algum texto bíblico, ou um discípulo de Jesus. Mas o referido Bispo, deixa de lado o fator espiritual e utiliza o fator institucional. Pois não está pensando na liberdade de pensamento que uma pessoa deve ter. Há um tempo atrás, existia uma praga no Brasil chamada de voto de cabresto, inserida pelo coronelismo. Hoje estamos vendo surgir outra praga, o voto de cajado, inserida pelas instituições religiosas. Também não sou a favor de igrejas e líderes evangélicos, que fazem o mesmo. O voto é livre, e secreto. Agora deixo um texto ao nosso querido e ilustre Bispo da Igreja Romana:

"Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas." (Romanos 13:1)

Toda a autoridade é estabelecida por Deus, seja um líder evangélico, como Crivella, um líder macumbeiro, um líder católico, um líder ateu, um líder agnóstico. Não há autoridade que não venha de Deus. O posicionamento deste Bispo me deixa atônito, pois qual seria a vantagem que a Igreja Católica perderia no Estado do Rio de Janeiro caso o Crivella fosse eleito. Conheço a vida de Crivella muito antes da política, homem sério, de caráter elevado, ficha limpa, que nunca se envolveu em contendas e nos escândalos de Edir Macedo. Será que seu único pecado é pertencer a Universal, e dizer com base bíblica que sodomia é pecado? "Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus." (1 Coríntios 6.9-10, NTLH)

Será que o fato de a Igreja Católica pertencer a Cidade - Estado do Vaticano, e ser praticamente uma embaixada do Vaticano no Brasil, e ter relações diplomáticas com o Estado não tem nada a ver com a posição da Igreja Católica no Estado do Rio de Janeiro? Será que os líderes desta igreja não querem se sujeitar a ter que se submeter a uma autoridade como o Bispo Crivella? Só o futuro nos mostrará? Mas igreja nenhuma deveria interferir no voto de seus seguidores!