Falta de cana-de- açúcar antecipa fim da safra na região

 A previsão é que a moagem da cana-de-açúcar no Norte Fluminense chegue ao fim em setembro. A falta de matéria-prima no campo é a causa. Na indústria, sai na frente quem apostou no açúcar. “No ano em que o açúcar tem preço — a saca de 50 quilos está valendo R$ 92 —, não tem cana”. A constatação é do presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa. As usinas Canabrava, Paraíso e Agrisa optaram pela produção de etanol. Já a Coagro, etanol e açúcar, sendo o açúcar prioridade.
A produção de etanol pelas usinas do centro-sul do Brasil recuou quase 12% na primeira quinzena de agosto, com uma redução da moagem de cana e após uma queda no consumo do biocombustível em julho no país, enquanto usinas da principal região produtora privilegiam a fabricação de açúcar, com preços mais rentáveis.
A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) informou, nessa terça-feira, que a produção de etanol do centro-sul atingiu 1,93 bilhão de litros nos primeiros 15 dias do mês de agosto, ante 2,19 bilhões de litros no mesmo período do ano passado e 2,06 bilhões na segunda parte de julho. Já a produção de açúcar do centro-sul somou 2,97 milhões de toneladas, alta de aproximadamente 3% na comparação com a mesma quinzena de 2015, mas uma ligeira queda ante as 3,1 milhões de toneladas da última parte de julho.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Sucroenergética, Frederico Paes, não houve redução da moagem para a produção de etanol. São as usinas que estão moendo mais cana para o açúcar. Frederico explica que as indústrias preferiram fazer mais açúcar porque o produto está pagando melhor nos mercados nacional e internacional. Com um olhar otimista, ele afirma que houve um aumento da moagem no país em relação ao ano passado. No estado do Rio, deve variar entre 10% e 15%.
— O mercado internacional está aquecido e há uma tendência alta na entressafra, por isso, algumas usinas estão priorizando a produção de açúcar. Em relação ao etanol também é esperada uma reação, por causa da lei da oferta e da procura — destaca Frederico Paes.
Balanço — Quanto ao balanço da safra neste momento da moagem, Frederico diz que ainda é prematuro fazer um balanço da safra, “mas em termos de produção e volume vai haver um aumento”. A previsão do representante dos produtores de cana Tito Inojosa é que 1,3 milhão de toneladas de cana sejam esmagadas na região.


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