A QUEM INTERESSA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE?

Profissionais da educação do estado do Rio em greve... Professores de Mato Grosso em greve... Greve de professores de Londrina deixa alunos sem aulas... Escolas municipais de Fortaleza retornam após dois meses de greve... Funcionários técnico-administrativos em educação das universidades públicas federais em greve...
   Até quando notícias como estas farão parte de nossas agendas, noticiário e cotidiano como fatos naturais? Embora possa parecer desencadeadora de conflito, se olharmos sob a ótica daqueles cujos interesses são atingidos por ela, como instrumento de pressão a greve é a expressão de um conflito que, não cabendo mais apenas nas instâncias imediatas em que se desencadeia, extrapola para a sociedade. Sociedade que parece não se importar com a parte que lhe cabe no pagamento dessa conta. Ou não se aperceber dela.
O Brasil está em 88º lugar no ranking de investimento do PIB em educação, atrás da grande maioria de nossos vizinhos latino-americanos. Segundo o PISA (Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, que a cada três anos testa conhecimentos de alunos de 15 anos), numa escala de 0 a 6, a média obtida pelo país em 2009 equivale ao nível 2 em leitura, 1 em ciências e 1 em matemática.
Mais que números, são dados que expressam triste realidade. A qual, ao que parece, nos acostumamos. Os problemas da educação dizem respeito tão somente aos profissionais que têm sua subsistência e de suas famílias dependendo dela diretamente? Se assim for, as greves são apenas transtornos aos usuários de seus serviços. Contudo, se a resposta a esta pergunta for negativa, se os números que nos colocam em posição de desvantagem em rankings mundiais de educação nos incomodam a todos, então a mesa de negociação está aberta a todo cidadão desse imenso país. Educação em greve diz (ou deveria dizer) respeito a toda a nação.
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar." (Bertold Brecht)
Que tal desconfiarmos de trivialidades?

Um comentário

Claricia disse...

Carlos Jorge,
Estou tentando entrar em contato contigo, estou enviando-lhe e-mail, mas está voltando com erro.
Procure-me para falarmos sobre Estágio 3, com urgência.
Abraços
Claricia - tutora