UENF-Projeto desenvolvido em são Francisco apresentado no México
O professor e pesquisador Marcelo Trindade, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), apresentou na última semana, no México, o projeto desenvolvido em parceria com o Rio Rural para recuperação de fragmentos da Mata do Carvão, em São Francisco de Itabapoana. Seus resultados, que estão sendo monitorados, mostram que o produtor rural é um agente importante no processo de reflorestamento de um dos últimos fragmentos da floresta de tabuleiro no Estado. Segundo Trindade, que defendeu a pesquisa durante o Congresso Internacional de Restauração Ecológica, em Mérida, no México, o projeto tem ótima aceitação entre os pequenos agricultores.- Idenficamos que o cuidado do agricultor com as mudas é fundamental para a recuperação das áreas. Os que não tiveram o cuidado de coroar as mudas (capinar o entorno), cercar a área e fazer aceiros perderam muitas plantas para o mato, para os bois ou para os incêndios - disse o pesquisador. Ele revela que, embora a pesquisa, iniciada há apenas 18 meses, ainda seja muito recente para que a natureza dê uma resposta, já é possível identificar que em algumas áreas a mata está se regenerando. - Esse trabalho é de longo prazo. Só vai fazer muita diferença em 10 anos, mas a gente espera que em dois anos comece a regeneração espontânea, com o aumento da biodiversidade e a propagação de sementes pelos pássaros e morcegos - revela Marcelo Trindade. A mestranda da Uenf Tatiane Pereira de Souza acompanha, há 18 meses, cinco áreas de recuperação de nascentes e mata ciliar incentivadas pelo Rio Rural. Recentemente ela realizou a terceira coleta de dados dos projetos e pôde comprovar que o envolvimento dos agricultores está diretamente relacionado ao sucesso do replantio.- Em uma área onde o agricultor tem muito cuidado, das 365 mudas, apenas uma morreu. Já em outra, onde não tratou como deveria, morreram 37 de 105 mudas plantadas, de um ano para o outro. Ela acrescentou ainda que alguns produtores participantes da pesquisa foram ainda mais cuidadosos, fazendo mais do que o cercamento e coroamento das mudas. Um agricultor, preocupado com a seca, irrigou a área de recuperação e por isso teve um índice muito pequeno de perda. Já tem lugar onde até as plaquinhas de identificação das árvores sumiram - revela.
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