Análise da pedagogia do oprimido

   Em nossa Graduação em PEDAGOGIA trabalhamos diversos temas. Atualmente dentre as várias disciplinas que estou inscrito, seminário 3 em práticas escolares, nos proporciona um debate aprofundado de várias questões sociais.Em um dos fóruns debatemos sobre “opressores” e “oprimidos”;ações dialógicas e antidialógicas.Temas que são aprofundados no livro PEDAGOGIA do OPRIMIDO de Paulo Freire e na ultima entrevista do autor, disponibilizada no youtube.Fiz a minha conclusão nos debates com um artigo resultado das pesquisas realizadas-análise apenas dos temas propostos explicitado acima-divido com os colegas Educadores ou não,espero que gostem.  
Análise da pedagogia do oprimido
  Após profundo estudo do material sugerido (última entrevista com Paulo Freire e o livro Pedagogia do Oprimido) se faz necessário destacar a visão humanista do Professor quando cita a importância dos movimentos populares na busca pela transformação da realidade. Ele destaca o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) como sendo uma mobilização que pode muito bem exemplificar esses movimentos que ele intitulou de “marchas”, sugerindo tantas outras, destaco entre estas a “marcha” pela decência que serviria, em sua ótica, para combater a ”senvergonice” que democratizou-se no país.
Para Freire, o conformismo dos oprimidos para com a realidade é inconcebível, visto que esta é passível de intervenção e transformação, ou seja, é construída e reconstruída permanentemente. Nesse contexto, essas “marchas”são ações que legitimam a necessidade de atitudes libertárias por parte dos “oprimidos”, não sendo elas vistas de maneira positiva pelos opressores, uma vez que, do ponto de vista desses últimos, não há o que mudar.
Ficou, no meu entendimento, em carência por parte do professor, uma análise desses mesmos movimentos sociais no sentido da perda da credibilidade, quando permitem que outros movimentos que não são originariamente das massas - neste está inserido o Político Partidário- interfiram nas ações emancipatórias das massas “oprimidas”, pois eles (partidos) têm, em sua maioria, sustentação estruturada financeiramente pelas elites que figuram como opressores e, através destes, interferem nos movimentos sociais com o objetivo de monitorá-los, mantendo-os sob controle.
Assim sendo, muitos desses movimentos se desfazem ou, quando muito, permanecem sob o controle das classes dominantes.
Mesmo com a ausência dessa análise mais profunda concordo que não se pode simplesmente conformar-se com uma realidade injusta como se fosse “vontade divina”.
Em nosso dia a dia - e aqui está incluído o espaço escolar -, devemos atuar de maneira a motivar a “inserção crítica”das “massas oprimidas” na realidade “opressora” e lutar pelo surgimento de um novo modelo de “ser”, não mais opressor, não mais oprimido, mas um “ser” libertando-se dessa realidade de injustiça e alienação, um ser que possa ter uma visão de mundo de maneira ampliada e humanista e ter suas ações pautadas nessa visão.
Essa atitude dialógica, quanto antes iniciar, mais cedo teremos essas transformações concretizadas, pois é pelo diálogo entre os homens que se alcança o início de um caminho humanístico. Essa dialógica deve ser permanente nos diversos setores da sociedade com vistas à inserção do conhecimento da realidade, não criando nesta “mitos”que mantenham o “oprimido” alienado, mas uma realidade concreta, verdadeira, é fundamental para a construção desse novo caminho e, consequentemente, nova realidade. Pois a antidialogicidade só interessa ao “opressor”que manipula e invade a massa “oprimida” através das mais variadas ferramentas opressoras, seja de maneira direta ou indireta, como por exemplo os meios de comunicação e suas mensagens alienantes, mitos ditos como verdades absolutas. ”...toda manipulação implica uma invasão, não apenas física,visível, mas às vezes camuflada, em que o invasor se apresenta como se fosse o amigo que ajuda”(pedagogia do oprimido -pg.150). Dessa forma, a manipulação é muito mais perversa do que se possa imaginar, pois pega o manipulado desarmado, despreparado e, portanto, facilmente manobrável. A emancipação das classes oprimidas começa com a percepção desse estado de coisas extremamente favorável e alienante e a convicção de que ele não é definitivo nem permanente em suas vidas. A partir daí, o próximo passo é a certeza de que qualquer mudança, além de ser possível e desejável, há que partir deles mesmos – os que hoje estão em desvantagem – não virá como benesse ou presente de quem está “do outro lado”. Como educadores, precisamos, antes de mais nada, respondermos à pergunta crucial: de que lado estamos nós?
Autor:Carlos Jorge Pereira Azevedo

3 comentários

Anônimo disse...

Nós, educadores, precisamos beber com frequência dessa fonta inesgotável e sempre renovada de saberes do grande mestre Paulo Freire. Muito bom o artigo, Carlos Jorge!
Ninna F.

Roberta Dias disse...

Olá Carlos!!!
Que maravilha ver esse seu post em seu blog!
Gostei muito e fiquei muito feliz em ver que nossos estudos estão rendendo reflexões compartilhadas não só com nossos colegas da UNIRIO em nossos fóruns, mas também com seus seguidores!
Parabéns!!!
Abraços,
Roberta Dias

BLOG DO CARLOS JORGE disse...

Colegas Ninna e Roberta.Quando trocamos um objeto por outro,ficamos com o adquirido enquanto deixamos de possuir aquele que foi o objeto da troca.
Quando trocamos idéias é diferente,pois repassamos o nosso conhecimento sem perde-lo e absorvemos o conhecimento do outro sem prejudica-lo,somamos portanto.O nosso blog tem esse objetivo trocar idéias que possam somar no sentido de transformar de maneira constante a realidade.Abrcs e continuem interagindo