Pedagogia do mestre 3

 No capítulo 11 de Lucas, versículo 34, o Mestre nos alerta: “A lâmpada do corpo é o olho. Quando o olho é sadio, o corpo inteiro também fica iluminado. Mas, se ele está doente, o corpo inteiro também fica na escuridão.” Esta é uma das inúmeras passagens bíblicas em que Jesus faz referência à luz, ora nos alertando com relação ao significado de luz, ora se apresentando a nós como Luz. Nos últimos séculos, em particular no que vivemos, cada vez mais somos instigados, provocados, pelos inúmeros apelos da imagem, da forma, daquilo que podemos capturar pelo olhar. E Jesus nos fala que olho sadio = corpo iluminado; olho doente = escuridão.
A saúde dos olhos físicos determina se uma pessoa pode ver e quanto ela pode ver. Sendo um de nossos cinco sentidos, os olhos nos ajudam a perceber o mundo exterior. E, dependendo de como enxergamos a vida, conduzimos nosso corpo, nossas ações, nosso comportamento. Assim também a alma, o coração. “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos”, nos fala Exupéry. As preferências de nosso coração determinam a direção de nosso olhar e de nosso caminhar. Nosso coração dirige nosso olhar para as riquezas terrenas ou celestes? Permite que nos consideremos a pessoa mais feliz ou mais infeliz entre todos os homens? Traz luz ou escuridão ao nosso corpo? Nos conduz por caminhos seguros ou por falsas paragens? Nos leva ao encontro da paz ou da inquietação?
Se nosso olho é bom, a simpatia, a paciência, o bom ânimo, o otimismo, fazem parte do modo como olhamos a vida. Se nossos olhos são maus, vemos a vida com desânimo, sem a misericórdia e a paciência necessárias.
Por outro lado, a expressão de nosso olhar fala do que vai em nosso íntimo, revela nossa verdade mais secreta, aquilo que nos alimenta o coração. Constantemente somos traídos pela expressão de nosso olhar, quando deixa de confirmar o que nossos lábios querem transmitir. Em outros momentos, nossos olhos sozinhos transmitem mais do que mil palavras articuladas. Quantas mensagens silenciosas capturamos e enviamos através deles!...
É sabido que encontramos, no mundo, grande diversidade de formas, cores e tamanhos de olhos. É também imensa a diversidade dos olhos em qualidades interiores que transmitem:
- olhos de ciúme, olhos de compaixão;
- olhos de frieza, olhos de bondade;
- olhos que perturbam, olhos que confortam;
- olhos que desencorajam, olhos que alimentam;
- olhos de desespero, olhos de esperança;
- olhos de intriga, olhos de conciliação;
- olhos que afastam, olhos que aquecem;
- olhos que trazem dor, olhos que afagam;
- olhos que silenciam, olhos que estimulam.
O que nossos olhos produzem? Luz ou escuridão? Para onde devemos direcionar nosso olhar a fim de gerar luz e não trevas? Olhando e tomando posse da Palavra, dos exemplos de vida e dos ensinamentos do Mestre. “Eu vim ao mundo como luz para que todo aquele que acredita em mim não fique nas trevas” (João, 12:46). Que a cada dia e cada vez mais sejamos capazes de aprender com a Pedagogia do Mestre Jesus, fonte inesgotável de luz e sabedoria para nós.

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