“instituir a visibilidade sobre a diversidade”
Em
nosso curso de PEDAGOGIA, ministrado pela Unirio (Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro) trabalhamos entre outras, a disciplina de PSICOPEDAGOGIA.
Ressaltando as inúmeras atribuições do psicopedagogo, tanto atuando em espaços
clínicos, quanto em espaços educacionais.
Neste
ensaio abordo questões relacionadas a discriminação em ambientes educacionais.
Como “instituir a visibilidade sobre a diversidade”. Como compreender essa
atribuição?.
A acentuada
discriminação nas escolas brasileiras, ainda é fato e deve ser levada em conta
no momento de se montar o Planejamento Político Pedagógico da instituição.
Muitos encontros discutindo a importância da inclusão escolar têm demonstrado
que é possível a inclusão efetiva de crianças com Necessidades Educacionais
Especiais em Escolas regulares, porém a questão vai muito além do fator
discriminatório. A ação efetiva de inclusão nos ambientes escolares depende de
investimentos estruturais físicos- acessibilidade na escola, materiais
didáticos, sala de recursos entre outros- para que o profissional de educação
tenha um mínimo de condições de desenvolver um trabalho que possa efetivamente
transformar possíveis necessidades do educando em aprendizagem de fato.
Outra questão que
merece toda atenção por parte dos gestores é o incentivo a qualificação dos
profissionais- não basta força de Vontade para atuar em determinadas situações-
é preciso conhecimento técnico. Não tem sido fácil encontrar profissionais
com a qualificação mínima necessária para implantar um trabalho efetivo junto a
diversidade, questão que envolve outros fatores além dos já colocados em relevo.
A questão da “visibilidade
sobre a diversidade” é um outro ponto fundamental para a
facilitação da aprendizagem da criança com necessidades educacionais. As suas
limitações não podem ficar restritas a ela e ao professor, é preciso que
toda a escola participe do processo. Profissionais e alunos- incluindo
principalmente a família-, fator essencial para o sucesso da criança. Criar
atividades em grupo com a turma, e em um segundo momento com toda a escola,
acaba por gerar uma dinâmica coletiva em torno do aluno e uma aceitação mutua
mais natural.
Destaco aqui a família,
pois durante a minha atuação no estágio em Educação Infantil, trabalhei com uma
turma composta por 17 alunos, dentre os quais um garoto com síndrome de Down.
Deparei com uma professora que tinha apenas a formação básica, sem nenhum
conhecimento sobre atuar com esse tipo de situação, porém o problema não estava
somente no professor da turma, estava principalmente na mãe da criança que não
aceitava as limitações do seu filho e se recusava a percebê-lo como
alguém que precisava de uma maior atenção. Um bom desafio pra mim enquanto estagiário
que pude colocar em prática algumas teorias aprendidas ao longo do meu curso,
fazendo a mãe entender que “era normal ser diferente”. De maneira geral posso
afirmar que ao final do meu estágio os ânimos estavam bem serenos, e a mãe já
tinha se integrado a escola, com intuito de colaborar efetivamente com a
aprendizagem do seu filho.
Finalizo reafirmando a
existência de “fissuras” no processo de inclusão da diversidade no ambiente
escolar, mas acentuo também a evolução prática desta inclusão no ensino brasileiro,
evidenciando que, esta deve ser contínua para que tenhamos no futuro uma escola
efetivamente inclusiva e que trate da diversidade de maneira harmônica e
justa.
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