PF deflagra operação para desarticular desvio de dinheiro público em mais de 100 cidades
A Polícia
Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (2) a Operação Violência Invisível,
com o objetivo de desarticular organização criminosa que desvia recursos
públicos. Segundo a PF, o nome da operação “está relacionado à violência contra
o cidadão nos casos de corrupção pública que, silenciosamente, provoca sérios
danos à nação”.
De acordo com a PF, a organização agia em mais de uma
centena de cidades dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo,
Pará, Sergipe, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e
Bahia, por meio de fraudes em processos licitatórios destinados à aquisição de
precatórios judiciais.
A PF informou que cerca de 100 policiais estão dando
cumprimento simultâneo a 53 mandados judiciais: 20 de busca e apreensão, 21 de
sequestro de valores, bens móveis e imóveis, três de condução coercitiva e nove
de prisão temporária.
De acordo com a PF, a quadrilha, formada por empresas,
pessoas físicas, servidores públicos e ex-prefeitos, fraudava processos
licitatórios, direcionando as contratações a uma das empresas integrantes da
organização criminosa. “Essa empresa vencia as licitações com o compromisso de fazer
a compensação entre precatórios judiciais e as dívidas das prefeituras, sob o
argumento de uma economia de até 30% sobre os valores devidos ao INSS
[Instituto Nacional do Seguro Social], prática proibida expressamente pela
lei”, diz a PF.
Segundo a PF, os municípios mineiros que, até o momento,
sofreram com a ação do grupo criminoso foram: Águas Vermelhas, Capelinha,
Caratinga, Ipatinga, Itambacuri, Janaúba, Montes Claros, Pirapora, Rio Pardo de
Minas, Várzea da Palma, Varzelândia. Também houve atuação do grupo, segundo a
PF, no Consórcio intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas
(Cisrun). De acordo com a PF, somente em Minas Gerais foram desviados mais de
R$ 70 milhões de reais.
A PF informou também que a lista com os nomes de outros
municípios que surgiram durante as investigações, bem como as provas colhidas
serão compartilhadas com a Receita Federal, Controladoria-Geral da União,
Tribunal de Contas da União, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Tribunais
de Contas dos estados lesados, Receitas Estaduais, Polícias Civis e Ministério
Público Federal, a fim de subsidiar os eventuais procedimentos administrativos,
inquéritos e investigações desses órgãos, com a finalidade de se promover a
recuperação do dinheiro público desviado.
Os presos responderão por crimes contra a administração
pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro,
fraude às licitações, corrupção ativa e passiva, dentre outros.
C/AGÊNCIA BRASIL
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