Blog apresenta mais um colaborador/ Drº Wagner Fontenelle Pessôa

Com o objetivo de ampliar cada vez mais as opções de leitura, de qualidade, do nosso Blog. Apresento aos leitores do nosso espaço um grande amigo, Drº Wagner Fontenelle Pessôa, advogado, professor do curso de Direito e professor aposentado pela rede federal de ensino. Articulista e cronista diletante, com dois livros publicados e dois em fase de preparação. Drº Wagner estará participando ativamente com publicações abordando assuntos diversos.
QUE ORGULHOSO, QUE NADA!
Wagner Fontenelle Pessôa
Dizem os espiritualistas que as três provas mais difíceis para um espírito encarnado enfrentar são: a da beleza, a do dinheiro e a do poder. Não que seja difícil viver com qualquer dessas condições ou, melhor ainda, com duas ou até as três, ao mesmo tempo. Mas porque são três oportunidades que o espírito teria para sucumbir e desviar-se do caminho do bem.
Mas pondo de parte aquilo em que acreditam os espiritualistas — inclusive, porque não é o propósito destas notas discutir a teoria kardecista sobre o que irá nos acontecer, quando passarmos desta para uma melhor — a vida nos oferece, todos os dias, exemplos do quanto é difícil resistir ao pecado, quando o pecado parece ser um direito natural para alguns. E no rol dos pecados, que alguns classificaram em nome de Deus, parece que estes lá se encontram como transgressões da alma, com menor potencial ofensivo: a vaidade, a avareza e a ira, que, muitas vezes, recaem sobre os menos belos, os menos ricos e os mais humildes.
Tenho para mim, aliás, que a prova do poder é a mais difícil e a mais comum. E, antes que algum leitor questione, se as provas do dinheiro e do poder não estariam testando mais ou menos a mesma condição do espírito, eu vou logo respondendo que não. Porque o poder a que me refiro, não é aquele de comprar, de esnobar ou de corromper os venais, os humildes ou os corruptos, em razão da prova do dinheiro. Mas aquele poder que pode estar ou não associado ao dinheiro e que não depende, necessariamente, dele.
Um político, enquanto durar o seu mandato, tem esse poder; mas um funcionário público, que não depende de mandato, também poderá tê-lo. Um juiz tem esse poder; mas um policial que intimida um cidadão, simplesmente porque está armado, também poderá tê-lo. O secretário municipal de Transportes tem esse poder; mas o motorista de um coletivo, que dá partida ao ônibus, jogando o idoso ou o deficiente ao chão, convicto de que nunca será punido por isto, também tem.
Pior do que isto são as pessoas que pensam que foram aquinhoadas com algum desses atributos e não foram. Como no caso daquele sujeitinho que foi se confessar e disse ao padre:
— “Seo” padre, o meu maior pecado é que eu sou muito orgulhoso...
E o padre, de dentro do confessionário, sem enxergar o rosto do homem, isolado por aquele tecido fino, indagou:
 — Por que, meu filho? Você é muito poderoso?
  O penitente, do outro lado:
— Sou não, padre... Sou não...
Voltou a insistir o padre:
— Então, com certeza, você é muito rico, não é?
E o pretendente a receber a comunhão na missa:
— Que nada, padre... Eu sou um humilde porteiro de edifício.
O padre tentou mais uma vez:
 — Não estou vendo o seu rosto, meu filho, mas só posso concluir que você seja um homem muito bonito, desejado pelas mulheres e invejado pelos homens. É isso?
 Ao que o cristão decepcionou o sacerdote mais uma vez:— Coisa nenhuma, padre! Sou feio prá caramba! Mulher nenhuma olha para mim...
E o padre, sem conter a impaciência, afastou o paninho de seda e, olhando o sujeito através da treliça do confessionário, arrematou a conversa:

— Então, meu filho, você não é orgulhoso: você só é muito besta! Vá rezar um terço e desocupe o confessionário que tem muita gente na fila! Tinha toda razão o vigário, mas como tem gente besta nesse mundo...               

3 comentários

Anônimo disse...

Carlos Abreu VIA FACE
Ótima notícia! Votos de muita diversão...

Anônimo disse...

Que legal! Gostei!

Campos disse...

Cegueira espiritual é uma constante na vida atual,bem vindo Dr Wagner.