Disputa pela água: Nosso Paraíba está morrendo
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e do Itabapoana
realizou uma visita técnica às hidrelétricas de Anta e Simplício, no mês de
agosto.
A crise de abastecimento de água em São Paulo
têm provocado polêmicas como a transposição do Rio Paraíba do Sul e o
represamento de águas, medidas que afetam, e muito, a região do Baixo Paraíba,
onde municípios como Campos dos Goytacazes e São João da Barra estão
localizados.
Preservar o fornecimento de água e a produção
de energia ao longo da Bacia do Paraíba tornou-se uma disputa, uma disputa pelo
uso da água. Um acordo entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas
Gerais e União já prevê para o mês de setembro a redução de vazão do volume de
água do Rio Paraíba do Sul para o Estado do Rio.
Com mais de 62 mil km2, a
Bacia passa por 184 municípios. A questão é que a região Norte Fluminense está
na parte final da Bacia, por isso, deverá ser uma das mais atingidas. “A transposição do rio é uma questão de
tempo. Poderemos ter problemas sérios não só de abastecimento como de
salinização da água, por isso, precisamos buscar ações para mitigar esses
impactos”, explica Vicente de Oliveira, diretor do campus Rio
Paraíba do Sul/Upea e integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo
Paraíba do Sul e do Itabapoana, que vem discutindo a problemática e defendendo
a região.
No mês de agosto, o professor Vicente,
juntamente com o professor João Gomes de Siqueira (Uenf) e Luis Mário Concebida
(Firjan), membros do Comitê, fizeram uma visita técnica às hidrelétricas de
Anta, próximo a cidade de Três Rios-RJ, e Simplício, após Sapucaia-RJ.
“O
objetivo foi avaliar o tipo de manejo que está sendo realizado nesses locais
para verificar se o represamento de água está sendo além do que deveria, o que
poderia provocar problemas para a nossa região”, explica Vicente,
acrescentando que, “constatamos que
nessas usinas não há como reservar de água porque a represa não foi
dimensionada para ter variações de volume. A baixa do Paraíba é por conta da
estiagem e do represamento nas hidrelétricas em São Paulo”. O represamento
é uma forma de estocar água para o consumo humano.
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