MATEMÁTICA BANCÁRIA
Wagner Fontenelle Pessôa
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Ao
tempo em que a informática e o ritmo mais acelerado das nossas vidas ainda não
haviam tornado a atividade bancária uma coisa tão impessoal quanto é agora, o
ambiente nesse tipo de trabalho era muito mais divertido. É verdade, que o
espaço profissional dos bancos era um terreno propício para muitas maluquices e
para que se criassem loucos de todo o gênero. Embora isto não costumasse afetar
as rotinas do estabelecimento e nem alterasse grande coisa no atendimento dos seus
clientes.
Não
conheço nenhum bancário da velha guarda, sobretudo os que fizeram carreira nos
bancos oficiais, que não tenha uma vasta coleção de histórias engraçadas,
ocorridas na agência ou agências em
que viveram esta singular experiência profissional.
que viveram esta singular experiência profissional.
Pois foi um deles — o meu amigo,
irmão e cunhado Pedro Luciano, hoje, aposentado pelo Banco do Nordeste do
Brasil — quem me contou que houve, durante certo tempo, na sua agência, um
desses gerentes meio estressados, que pedia tudo para ontem. O homem era
conhecido pela sua natureza impaciente, de tal sorte que, quando chamava um
funcionário à sua sala, queria a presença imediata do subordinado.
Não é que fosse um mal sujeito. Mantinha
um bom relacionamento com os seus colegas, mas era agoniado, que só! E
como todos sabiam disto na agência, sempre que ele procurava por algum funcionário e este não estava no lugar onde deveria ser achado, logo alguém corria em busca do procurado, para facilitar as coisas.
como todos sabiam disto na agência, sempre que ele procurava por algum funcionário e este não estava no lugar onde deveria ser achado, logo alguém corria em busca do procurado, para facilitar as coisas.
Mas, se há uma coisa que bancário
adore fazer é enrolar um pouco, de vez em quando. O que é compreensível, porque
uma parte das tarefas típicas de banco é, de fato, muito maçante! E, em
qualquer emprego ou empresa, como sabemos todos, o melhor lugar para se
"fazer cera" é o banheiro. Porque não há chefe, supervisor ou gerente
que possa reclamar do individuo, se ele alegar que deixou o seu posto, porque foi
chamado pelo "império da natureza".
Pois foi assim que o gerente daquela
agência do BNB, numa certa tarde, procurou por um funcionário, que não estava
em sua mesa e saiu perguntando: "Cadê o Fulano? Você viu o Fulano? Sabe
onde o Fulano se meteu?"... Até que um dos colegas disse que ele (o Fulano)
havia ido ao banheiro e que iria chamá-lo.
Foi, mas, chegando ao toalete e não
vendo o colega procurado pelo chefe, gritou:
— Fulano, você está aí?
Ao que o outro respondeu, de dentro
de um sanitário, com a porta trancada:
— Estou cagando, cara! O que é que
você quer?
E o prestativo colega, que fora
procurá-lo, esclareceu, de uma forma bem simples e direta:
— Pois dê um "subtotal"
aí, que o gerente está precisando de você na sala dele!
Só mesmo alguém acostumado com
aquela chatíssima "matemática bancária" dos velhos tempos pensaria em
explicar a situação e a urgência de uma forma tão inusitada...
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