A exemplo de Campos, SJB também quer vender royalties.
O projeto de lei nº 024/15
(que dispõe sobre a autorização para a contratação de operações
financeiras/antecipação de receitas dos royalties) enviado pela Prefeitura de
São João da Barra para a apreciação da Câmara gerou longo debate na sessão
desta quarta-feira (12). A matéria recebeu parecer favorável das comissões
permanentes de Justiça e Redação e de Finanças e Orçamento, cujos membros
pertencem à bancada governista. O parecer foi aprovado em primeira discussão
com votos contrários dos vereadores Alex Firme e Ronaldo Gomes. Aluizio
Siqueira, por ser presidente, não vota – salvo em caso de empate. A matéria
ainda voltará ao plenário para a segunda e última discussão.
Após a leitura dos pareceres,
o vereador Alex Firme explicou que é contra por entender se tratar de um
empréstimo. "Essa é uma situação bem complexa. Sei que o município teve
perdas na sua arrecadação, mas esse projeto pode gerar uma dívida impagável
para os próximos anos, por causa da cobrança de juros", disse Alex, que defende
outras medidas, como o corte de gastos.
O vereador Jonas Gomes de
Oliveira defendeu a antecipação. "Essa crise é nacional e em São João da
Barra a perda está sendo muito grande. O orçamento do município já sofreu um
impacto de quase 100 milhões e essa antecipação é necessária para várias coisas
como: pagamento dos servidores, merenda escolar, aluguel social, cartão
cidadão", disse Jonas, informando que outras medidas já foram tomadas como
um corte de 30% no contrato com a União Norte.
O presidente da Câmara,
Aluizio Siqueira, mostrou-se preocupado com os juros, pois acredita que a taxa
será de 25% a 30% segundo o mercado. “De acordo com a Agência Nacional de
Petróleo (ANP), o município de São João da Barra arrecadou R$ 126 milhões em
royalties em 2014. Até o mês de junho foram R$ 72.481 milhões enquanto que até
junho de 2015, o valor foi de R$ 42.209 milhões, ou seja, R$ 27 milhões a
menos”, disse Aluizio.
O projeto também foi discutido
pelo vereador Carlos Machado da Silva (Kaká). Ele ressaltou que o valor a ser
pago pelo município na operação será de no máximo 10% ao mês do valor
arrecadado em royalties. “Ninguém sabe qual será o valor da operação nem a taxa
de juros. Será a ANP que vai estipular o valor da antecipação de cada
município”, explicou o parlamentar.
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