Polícia Federal prende 14 suspeitos de fraudes em concursos públicos
A
Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (21) catorze pessoas acusadas
de fraudar provas de concursos públicos para ingresso em várias áreas,
principalmente do Judiciário. As prisões ocorreram nos estados de São Paulo,
Paraná, Alagoas, Rio de Janeiro e Rondônia, durante a Operação Afronta. Entre
os presos, dez eram candidatos que pagaram valor dez vezes acima do que iriam receber
como salário nos cargos pretendidos.
A
PF investigava a ação da organização criminosa há cerca de quatro meses.
Segundo o delegado Victor Rodrigues Alves Ferreira, 50 suspeitos estão sendo
investigados. O líder da organização, que não teve o nome revelado, continua
foragido. De acordo com o delegado, o líder é de Alagoas, mas transitava entre
São Paulo e Rondônia.
Conforme
o delegado, o grupo agia há pelo menos quatro anos. Em caso de condenação, os
criminosos poderão pegar pena de quatro anos de reclusão e ainda ter de
responder por formação de quadrilha. Os candidatos envolvidos serão submetidos
a análise de cada caso. Victor Rodrigues Alves afirmou que há ligação com os
organizadores do concurso público ou com os tribunais.
A
descoberta da fraude ocorreu após o Tribunal Regional Federal da 3ª Região
suspeitar da semelhança do texto discursivo da prova de candidatos da cidade de
Sorocaba, que disputaram vagas para os cargos de analista judiciário e técnico
judiciário.
Para
garantir a aprovação do candidato, a organização criminosa inscrevia alguns de
seus integrantes com a missão de entrar na sala de concurso como se fossem
fazer a prova. Na verdade, eles só fotografavam as questões por meio de uma
microcâmera.
Uma
hora depois de iniciado o teste, eles saiam do local e enviavam as questões
para outros integrantes, que se encarregavam de enviar as respostas corrigidas
aos candidatos. Estes recebiam os dados por meio de pontos eletrônicos, que,
segundo o delegado, precisavam de imãs no momento da retirada.
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