Professores do Rio decidem continuar greve
Os professores da rede estadual de ensino do Rio decidiram hoje (22), em
assembleia, continuar a greve que já dura 110 dias. A categoria reuniu 1.500
pessoas, que decidiram, por ampla maioria, continuar a paralisação iniciada no
dia 2 de março: apenas 14 profissionais de educação votaram contra a
continuidade do movimento.
A assembleia ocorreu na quadra da Escola de Samba São Clemente, na Cidade Nova.
De lá, os profissionais rumaram para a Praça Mauá, zona portuária do Rio, onde
iniciaram uma passeata pela Avenida Rio Branco, em direção à Cinelândia, onde
terminou o ato.
Na saída dos manifestantes, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi obrigado
a interromper o trajeto pela Rio Branco, devido à manifestação dos professores,
por cerca de
20 minutos, e encerrar o percurso, entre a zona portuária do Rio e
o Aeroporto Santos Dumont, que está em fase de testes, sem cobrar passagem
dos usuários. Nesse período, o VLT está funcionando entre 10 da manhã e 4 da
tarde.
Os profissionais de educação reivindicam reajuste de 30% para repor as
perdas da categoria nos últimos anos. O governador em exercício, Francisco
Dornelles, já afirmou que, devido à crise financeira do Estado, os
profissionais de educação não terão reajuste salarial neste ano.
A Justiça decidiu revogar no último dia 14, a liminar que impedia o corte do
ponto dos professores grevistas no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada um dia
após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro considerar a greve da categoria
abusiva.
A suspensão da liminar foi determinada pelo desembargador Milton Fernandes
de Souza. O magistrado argumentou que o Sindicato Estadual dos Profissionais de
Educação (Sepe) não cumpriu a ordem de manter 70% do total dos servidores em
cada escola e, por isso, o governo pode cortar o ponto dos professores em
greve.
Na segunda-feira (13), o presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Fernando
Ribeiro de Carvalho declarou a greve abusiva e decidiu dobrar a multa ao
Sindicato caso não seja garantido o mínimo de 70% dos professores nas escolas.
O magistrado dobrou a multa diária aplicada ao Sepe de R$ 50 mil para R$ 100
mil por descumprimento da medida.
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