Federal prende vereadores de Saquarema, na Região dos Lagos, entre eles o presidente da Câmara
A
Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira (18/10) quatro vereadores e
um candidato a prefeito de Saquarema, na Região dos Lagos, no Rio: o presidente
da Câmara, Romacart Azeredo de Souza, o vice-presidente, Vanildo Siqueira da
Silva, os vereadores Paulo Renato Teixeira Ribeiro e Guilherme Ferreira de
Oliveira, conhecido como Pitiquinho, e o pai dele, Hamilton Nunes de
Oliveira, o Pitico, candidato derrotado nas eleições
municipais deste ano. No
total, foram cinco mandados de prisão, além de sete de condução coercitiva
expedidos pela 62ª Zona Eleitoral de Saquarema.
As
investigações indicavam que os políticos ocupavam cargos públicos na base do
conhecido “coronelismo”, isto é, captando votos em troca de benefícios
irregulares. Os investigados realizavam boca de urna e comprovavam votos em
troca da distribuição de bens, como medicamentos e combustível para veículos.
Além disso, médicos estão no alvo da PF por fornecer atestados e receitas
controladas em branco. O chefe da Delegacia de Polícia Federal de Niterói, Elias
Escobar, detalhou as investigações.
“Nossos trabalhos começaram em meados
de setembro, mais precisamente no dia 13 do mesmo mês, quando fomos acionados
pelo Ministério Público (MP) de Saquarema que já tinha várias denúncias de
irregularidades nesse âmbito. A partir do momento em que o MP não teve mais
recursos para tocar as investigações, a gente passou a participar e constatamos
que esse grupo já estava em uma velocidade incrível em suas ações criminosas.
Tanto é que eram diversos crimes já cometidos, como associação criminosa,
corrupção eleitoral, transporte irregular, fornecimento de atestado médico
falso e fornecimento de receituários médicos controlados pela Anvisa [a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária]. Todos responderão por esses crimes e podem
pegar uma pena bastante dura, se somados todos os crimes”, disse.
Segundo
o coordenador da operação e também delegado da PF, Daniel França, há ainda um
pastor de Saquarema que estava recebendo um dos políticos para acertar
encontros com os fiéis durante os cultos realizados na igreja. “E nisso ele
aproveitava para se aproximar dos fiéis. O plano era definir os detalhes com
esse líder religioso e, posteriormente, ir até um culto para ter um contato com
os frequentadores da igreja onde ele, provavelmente, ofereceria benefícios
irregulares em troca de votos”. O pastor, até a manhã desta terça, ainda não
havia sido encontrado por ter alguns homônimos na região, segundo o delegado. Fonte
ABr
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