Editorial da semana: Estamos mudando ou apenas repetindo velhas práticas?

Carlos Jorge
Um país novo, recém-saqueado ou colonizado. O que nos restou como herança dos saqueadores disfarçados de colonizadores, foram os maus hábitos e costumes. Entre eles, a corrupção, o roubo, o furto, o estupro, o “jeitinho”, que insistem em dizer que é genuinamente brasileiro, além de outros males.
            E os senhores feudais, donatários que usavam dos seus chicotes para impor os seus desejos, perceberam que era preciso mudar e aprimorar as suas técnicas escravocratas, para se manterem no poder às custas do suor do proletariado analfabeto, cansado e sem visão de mundo. Essa gente, então, se organizou e passou a ser chamada de “políticos”, uma espécie de “mensageiros do bem”, que se multiplicam com a mesma velocidade que os roedores. E agindo , muitas vezes, de  forma semelhante.
            A mudança de estratégia tem sido bem sucedida, pois realinharam o nosso território em novas Capitanias Hereditárias, com um nome bem mais interessante: “Estado”. Foi aí que recolocaram os senhores feudais mais importantes, enquanto que às pequenas Glebas, deram o interessante nome de  “Municípios”, sendo estes disponibilizados para os nobres que sonham alcançar  riqueza semelhante à  dos seus padrinhos mais abastados. Outra mudança notável, foi a Carta de Alforria que passou a se chamar de “Constituição”. Ufaaaa!!
            Foram muitas as mudanças. Mas, e o povo? Este “ganhou” o poder do voto, embora muitos, em busca da manutenção nas necessidades básicas, que figuram na base da conhecida pirâmide de Maslow, venham trocando esse poder por algo da base piramidal. Uma prática que se presta a homologar a perpetuação no poder nas mãos do amigo Barão, do Visconde, do Marquês, do Duque e, principalmente, do Rei.  
            Tudo isto posto, o que se  nos apresenta é a indagação crucial: chegamos ao final de mais um ciclo, com alguns nobres sendo encarcerados e devolvendo parte da sua derrama, subtraída de forma não convencional, ou continuaremos a viver o velho sistema das Capitanias?


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