Petroleiros anunciam greve nacional a partir desta sexta-feira
Os sindicatos dos petroleiros anunciaram que iniciarão, a partir da 0h
desta sexta (23) uma greve nacional para forçar a Petrobras a apresentar nova
proposta para o reajuste salarial de 2016.
A mobilização começa na mudança de turno das refinarias e unidades operacionais
e, pela manhã, deve atingir as unidades administrativas, informou a FNP
(Federação Nacional dos Petroleiros), que congrega cinco sindicatos com atuação
em oito Estados.
Nos 13 sindicatos
filiados à FUP (Federação Única dos Petroleiros), as assembleias também
aprovaram o indicativo de greve. Entre eles, está o Sindipetro-NF (Sindicato
dos Petroleiros do Norte Fluminense), que atua na área das plataformas de
produção de petróleo da Bacia de Campos.
As
negociações entre Petrobras e sindicatos foram iniciadas em setembro. Desde
então, a Petrobras melhorou sua oferta de reajuste duas vezes.
A
última proposta é de aumento de 6% retroativo a setembro mais 2,8% a partir de
fevereiro.
Além de
um percentual mais alto, os sindicalistas reclamam da proposta de redução da
jornada de trabalho em 25%, com corte equivalente nos rendimentos, que tem o
apoio de um grupo de empregados da área administrativa.
Para os
sindicatos, porém, a proposta é “um cheque em branco” e poderia se transformar
“em uma ferramenta de gestão para assediar, punir e até mesmo demitir
trabalhadores”.
A
Petrobras chegou a fazer um apelo aos empregados para que não aderissem à
greve, alegando que cada dia de paralisação custa à companhia R$ 9 milhões com
a mobilização de equipes de contingência.
Sindicatos
e a direção da empresa discordam ainda em relação ao programa de venda de
ativos da estatal, que prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até 2019 com a
justificativa de que o dinheiro é necessário para reduzir o endividamento da
companhia.
“Não é
vendendo ativos que vamos sair dessa situação. Pelo contrário, estamos vendendo
ativos que geram caixa para a companhia”, argumentou nesta quinta (22) o
coordenador da FUP, José Maria Rangel, em vídeo postado nas redes sociais para
convocar a categoria para a greve. Procurada, a Petrobras ainda não se
manifestou.
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