Com salários atrasados, três municípios do Rio decretam calamidade financeira
Os novos prefeitos de Nova Iguaçu, São
Gonçalo e Mesquita, na região metropolitana do Rio de Janeiro, decretaram
calamidade financeira em seus municípios após encontrar problemas nas contas
públicas, com salários atrasados de funcionários, corte de energia nas
prefeituras e serviços, como coleta de lixo, paralisados por falta de
pagamento.
A
medida vai durar 120 dias. O prazo do decreto pode ser prorrogado por iguais
períodos caso a situação se mantenha inalterada.
Nova
Iguaçu
Segundo decreto do prefeito de Nova Iguaçu,
Rogério Lisboa, a folha de pagamento dos servidores públicos municipais está
atrasada por “seguidos meses” e o regime previdenciário encontra-se em “virtual
estado de insolvência”, também com atraso de pagamento dos beneficiários.
De
acordo com a assessoria do prefeito, Lisboa visitou nesta segunda-feira (2) as
instalações da prefeitura municipal e encontrou diversos problemas estruturais.
Salas sem
janelas e ar-condicionado, infiltrações, falta d´água, paredes
mofadas, ratos e sujeira foram alguns dos pontos detectados. Até o próximo dia
15, o prédio estará fechado e não atenderá à população.
“Minha
meta é pagar os servidores, mas chegamos à conclusão de que a reconstrução
física do prédio da prefeitura é questão emergencial. Funcionários que não têm
condições dignas de trabalho não atendem bem à população. O patrimônio está
deteriorado”, afirmou, em nota, o prefeito.
Lisboa disse, em sua conta no Facebook, que
fará cortes significativos nos custos da administração.“O gabinete do prefeito
voltará em breve à prefeitura. Não faz o menor sentido o município arcar com um
custo de R$ 30 mil/mês para alugar um espaço em separado, que inclusive é de
difícil acesso. Faremos também uma redução dos cargos comissionados, além de
revisão dos muitos contratos de aluguel que hoje somam algo em torno de R$ 600
mil/mês”.
São
Gonçalo
O prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci,
disse ter assumido a prefeitura com a luz cortada por falta de pagamento, mas
conseguiu religá-la após reunião com representantes da concessionária de
energia. A dívida gira em torno de R$ 35 milhões. Outro problema grave é a
falta da coleta do lixo.
“Infelizmente,
recebemos a prefeitura às escuras porque foi cortada a luz, mas conseguimos
religar a iluminação. Também estamos com lixo por toda a cidade. Estamos
conversando com a empresa coletora de lixo que está há oito meses sem receber e
a dívida situa-se entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões. A dívida total do
município deve estar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões, o que é metade do
nosso orçamento”, disse Nanci.
Segundo o prefeito, o pagamento do salário de
dezembro e do 13º salário dos servidores municipais está atrasado. “Minha
prioridade é pagar os salários”, afirmou. “Vamos diminuir o número de
secretarias e de funcionários contratados. O problema não é só em São Gonçalo,
é em todo o estado do Rio”.
Mesquita
O prefeito de Mesquita, Jorge Miranda, disse
ter encontrado a prefeitura em situação de caos. “O prédio principal [da
prefeitura] está sem condições de trabalho, há muito lixo na rua, os salários
estão atrasados há dois meses, com o 13º salário também atrasado”, afirmou.
“Teremos que ser muito austeros nas contas. Pedimos à população um pouco de
calma”.
Segundo o decreto de calamidade financeira,
fica suspenso, por até 15 dias, o atendimento ao público na prefeitura de
Mesquita, incluindo o prédio administrativo e seus anexos, para efetivar a
transição de governo, realizar auditoria interna e verificar o acervo, entre
outras medidas.
Outro
decreto do prefeito também determinou a paralisação por 90 dias da Unidade
Mista de Saúde Doutor Mário Bento. É em razão da falta de remédios, de
materiais médicos e cirúrgicos e pelo fato de a unidade de saúde encontrar-se
em um estado precário nos “âmbitos estrutural, administrativo, pessoal e de
salubridade”. Com informações da Agência
Brasil
Um comentário
Ainda bem que aqui em Bom Jesus, está tudo em dia.
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