Pedido de impeachment de Pezão e Dornelles na Alerj
Representantes do Movimento Unificado dos Servidores
Públicos Estaduais (Muspe) protocolaram na Assembleia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro (Alerj), nessa sexta-feira (13/01), o pedido de impeachment do
governador Luiz Fernando Pezão e do vice-governador, Francisco Dornelles. Eles
denunciam Pezão e Dornelles por crime de responsabilidade e já na inicial do
documento apontam a "irresponsabilidade" na concessão de benefícios
fiscais a empresas, citando que as medidas começaram no governo de Sérgio Cabral,
em 2007.
"As isenções de impostos concedidas a 5 mil
estabelecimentos de 2007 a 2010 atingiram a R$50,1 bilhões, quase a metade da
receita tributária estadual de R$ 97,7 bilhões ou o equivalente às despesas com
os 420 mil servidores ativos e inativos do Estado no mesmo período", diz
um trecho do documento.
"Outras empresas pouco convencionais
aproveitam-se dos descontos. É o caso de duas termas na zona sul do Rio, a
Monte Carlo e a Solarium. A primeira tem fotos de camas e banheiras em sua
página na internet. A outra oferece "discrição", saunas e massagens.
Elas tiveram isenções de R$ 109 mil e R$ 316 mil, respectivamente, com base em
decreto voltado a estabelecimentos de alimentação como lanchonetes,
restaurantes, casas de chá e até danceterias. Essa foi a brecha usada para tão
audaciosa imoralidade", denuncia o Muspe.
O pedido de impeachment é assinado por 11
sindicalistas, todos integrantes do Muspe. Entre eles, está o presidente da
Associação dos Bombeiros Militares do Rio (ABMERJ), Mesac Eflaín; um dos
diretores do SindJustiça, Ramon Carrera e João Rodrigues, do Degase.
O Muspe ressalta que há muitas empresas inscritas na
Dívida Ativa e que os débitos não são cobrados pelo governo. "A
irresponsabilidade desse governo não encontra limites: embora o Grupo
Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, esteja inscrito na Dívida Ativa
como devedor de ICMS do Estado, a empresa foi beneficiada, em 11/11/2015, com
R$ 687,8 milhões em incentivos fiscais. Detalhe: no auge da crise financeira",
declarou Ramon Carrera.
"Dentre as concessões de regime especial
tributário, as autoridades devem dar atenção especial à do Consórcio Pipe Rack,
responsável pela construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de
Janeiro, formado por três das principais empreiteiras envolvidas nas acusações
de corrupção pela Operação Lava jato, Odebrecht, Mendes Junior Engenharia e UTC
Engenharia, será que não tem nada de errado aqui no Rio ?", indagou Mesac.
Os servidores também fundamentam a denúncia na
decretação do estado de calamidade pública, no âmbito da Administração
Financeira do Estado do Rio, e do possível, eventual, provável e futuro “estado
de moratória” e/ou “estado falimentar”– sem previsão legal para tanto – pelo
qual poderá passar o ente público em referência.
Procurado pelo jornal O Dia, o presidente da Alerj,
Jorge Picciani (PMDB), disse que "não é hora de fazer política". O
parlamentar disse que apreciará o pedido, pois tudo que lhe é entregue é
apreciado. No entanto, afirmou que o momento é de olhar para medidas que possam
ajudar o estado.
"Eu aprecio tudo, mas não é hora de se fazer
política. É hora de responsabilidade pública e trabalhar pelo estado",
opinou Picciani. "A minha posição é de ajudar o estado a sair dessa
situação difícil que prejudica perto de 17 milhões de pessoas",
acrescentou.
Fonte O Dia
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