Irmãos da Solidariedade pode fechar: ‘Eu estou desesperada’, diz Fátima Castro
Uma instituição filantrópica de Campos com mais de 30 anos de serviços
prestados e que se tornou referência no país na prevenção, combate e tratamento
aos portadores do vírus HIV/Aids, passa por sua maior crise econômica. E pior:
Pode fechar as portas a qualquer momento. A Associação Irmãos da Solidariedade,
hoje com capacidade máxima esgotada, pede socorro para continuar atendendo aos
seus 42 pacientes (nove deles cadeirantes) que dependem do trabalho
ambulatorial, além de atendimento médico, psicológico, psiquiátrico,
fisioterapêutico, social e jurídico da Casa.
A fundadora e presidente da segunda Casa de Apoio a Portadores do HIV/Aids do
país, Fátima Castro, explica que até onde pode “segurar” a baixa situação
financeira da entidade, assim o fez. Mas agora, acrescenta, a situação
tornou-se insuportável diante dos inúmeros gastos do dia a dia para manter uma
entidade que, aos poucos, se transformou num hospital para doentes de Aids.
– Eu estou desesperada. Meus pacientes
sempre foram tratados com dignidade, porque ali não é um depósito de gente, é a
casa deles, é o hospital deles, é a referência de vida deles. E se for para
deixar que eles não tenham mais esse tratamento, eu prefiro fechar as portas –
diz a fundadora da instituição.
Fátima Castro ressalta que o apoio que
tem recebido da sociedade durante todos esses anos é fundamental para que
continue na luta. Prova disso é que todas as campanhas que realiza para
arrecadação de alimentos, por exemplo, ela se faz presente. A entidade gasta
hoje, por dia, cerca de 10 kg de carne, 20 litros de leite, além de frutas,
entre outros. “A maioria deles precisa de uma alimentação balanceada, varia de
paciente para paciente. A população nos ajuda muito e nossa equipe ainda faz
palestras em Campos e região em troca de alimento”, explica.
A Associação Irmãos da Solidariedade
recebe atualmente verba municipal de R$ 40 mil e federal de R$ 21 mil. A
federal é específica para manutenção e, por isso não pode ser usada, por
exemplo, para pagar os funcionários que a Casa mantém com carteira assinada.
Entre os trabalhadores pagos pela entidade estão os que atuam na limpeza geral,
lavanderia, cozinha, vigilância, entre outros que revezam no trabalho em
sistema de plantão, num total de 22 funcionários. Fonte: Campos 24 horas.
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