Mãe de paciente oncológico cobra do MP resposta sobre mortes no Hospital Beneficência Portuguesa
Cerca
de 50 pessoas se reuniram, em frente ao Ministério Público, na tarde desta
terça-feira (30), em Campos. Elas reclamavam das condições da saúde pública do
município, em especial do atendimento oncológico no Hospital Sociedade
Portuguesa de Beneficência, onde oito pessoas morreram em um intervalo de seis
meses, entre outubro de 2016 e abril deste ano.
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Após o início das mortes quase em série, um
grupo de mães denunciou o caso ao órgão e, nesta terça foram cobrar o resultado
da apuração do MP. No entanto, nenhum funcionário do local recebeu o grupo. “A
manifestação foi pacífica. Estava lá representando o grupo de mães que perdeu
seus filhos no setor oncológico da Beneficência. Meu filho fez tratamento lá
por 10 meses e morreu porque o hospital é precário. Só tinha médico até às 14h,
a higiene e alimentação eram precárias”, informou Jocielma Manhães.
Jocielma é mãe de Lucas Manhães de 8 anos,
que morreu em março deste ano, após contrair pneumonia e ficar quase 24 horas
esperando uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Quero resposta, pois
todos os dias sofro lembrando do meu filho e das outras 7 crianças que eu
aprendi a amar lá dentro e que também morreram. A situação lá era tão crítica
que o hospital servia arroz, feijão e linguiça frita nas refeições dos
pacientes em tratamento de câncer. Quando não era isso, era ovo frito e
macarrão com excesso de óleo. Isso me doía e eu passei a levar comida de casa
para alimentar meu filho”, denuncia a mãe.
Segundo Jocielma o hospital tem divulgado
nas redes sociais que vai voltar a receber pacientes com câncer, mesmo após o
MP recomendar a transferência dos pacientes. “Foi por isso que fui ao MP para
que eles não permitam isso, pois a obra é, na verdade, uma maquiagem”, falou.
Em nota, a assessoria de imprensa do MP
informou que “o Conselho Regional de Medicina fez vistoria no hospital e
verificou algumas pequenas pendências facilmente sanáveis, que já estão sendo
providenciadas pela instituição, a fim de viabilizar a normalização do
atendimento em breve. A Secretaria Municipal de Saúde informou que está
acompanhando as adaptações, o que viabilizará a liberação do funcionamento regular
nos próximos dias”. Fonte: Terceira Via.
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