ANP pode voltar a interditar a Usina Canabrava, suspeita de vender álcool com metanol

Usina Canabrava - Felipe Hanower / Agência O Globo

RIO - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) pode voltar a interditar a Usina Canabrava, na divisa de Campos com São Francisco de Itabapoana, por não cumprir notificação da Agência para informar sua movimentação de produtos. Segundo uma fonte próxima ao assunto, a decisão do juiz titular da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Renato Cesar Pessanha De Souza, em sentença no último dia 20, derrubou a liminar que impedia a interdição da usina. A informação está prevista para ser publicada nesta sexta-feira, dia 28, quando a usina se tornará então passível de uma nova interdição. Apesar disso, até o início da tarde desta quinta-feira a ANP informou que ainda não havia sido notificada.
De acordo com a fonte, a decisão da Justiça de derrubar a liminar que garantia o funcionamento da usina é baseada na investigação realizada pelo Programa de Monitoramento de Combustíveis da ANP, que identificou a presença de metanol em postos revendedores do Rio.
Em novembro do ano passado, por suspeita de vender etanol contaminado com metanol — substância altamente tóxica em diversos postos no Rio de Janeiro, a ANP já havia interditado a usina de álcool, que voltou a funcionar mais tarde por força de liminar.
Em 13 de junho deste ano, a usina voltou a ser interditada em face de descumprimento de notificação da ANP, na qual o órgão regulador "solicitou esclarecimentos sobre sua movimentação de produtos". Mais uma vez, a empresa foi desinterditada em função de decisão judicial. De acordo com a ANP, com esta nova interdição, foi aberto um processo administrativo que está em andamento na Agência.
De acordo com a fonte, conforme o relatório da ANP, existem fortes indícios de que o produto tivesse sido distribuído pela Usina Canabrava, visto que a usina fornecia para as empresas distribuidoras onde foram encontradas as amostras adulteradas, como BR Distribuidora, Shell e Ipiranga.
A usina pode ser interditada por venda proibida e venda de produto sem origem comprovada, disse a fonte. De acordo com ela, na primeira interdição, apesar de ter sido fechada por 30 dias por medida cautelar, a usina teria continuado a operar normalmente. Fonte: Jornal O Globo 

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