Governo vai aumentar PIS/Cofins sobre combustíveis
O governo decidiu
que será necessário aumentar o PIS/Cofins incidente sobre combustíveis para
garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano, de déficit de R$ 139 bilhões.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o governo avalia a possibilidade de elevar
outro tributo para fechar as contas, já que o governo tem um buraco de
aproximadamente R$ 10 bilhões para cobrir no Orçamento de 2017. Três
alternativas estão em análise: IOF sobre operações de câmbio à vista, ou IOF
sobre operações de crédito, ou Cide-combustível.
Segundo explicou
uma fonte do governo, essa alternativa de elevar outro tributo talvez seja
necessária porque há limitação para elevar a alíquota do PIS/Cofins. Dessa
forma, seria um complemento para cobrir a necessidade de aumentar a arrecadação
até o final do ano.
A avaliação no
Planalto é de que, como as receitas previstas pela área econômica não se
confirmaram, um aumento de, por exemplo, R$ 0,10 no preço do litro da gasolina
não teria grande impacto no bolso do consumidor e ainda ajudaria as contas
públicas. O impacto dessa elevação do imposto seria ainda minorado porque a
gasolina tem sofrido seguidas reduções de preço, o que minimiza o impacto de
eventual aumento.
Um reajuste desta
ordem, na avaliação de interlocutores do presidente, não teria qualquer impacto
inflacionário, já que a evolução dos preços dos combustíveis está sobre
controle e preços recentes têm tido ligeira queda.
Fontes do governo
reconhecem que elevar o tributo é uma medida difícil, mas pior do que ela seria
não cumprir a meta. E o compromisso do governo é com o cumprimento da meta
fiscal.
A decisão sobre a
elevação de outro tributo não está fechada e será tomada amanhã em reunião com
o presidente Michel Temer. A Receita Federal está fazendo as contas para levar
as estimativas para a reunião.
A avaliação do
governo é de que a recessão foi muito forte, afetando a arrecadação e, por
isso, há necessidade de lançar mão da alta dos tributos. O governo trabalha
para não ter que fazer um novo corte do Orçamento, porque o contingenciamento
atual já é muito forte.
O aumento de
impostos terá que ser publicado no Diário Oficial da União, numa edição diária
ou extraordinária, até amanhã, para a previsão de receitas do relatório
bimestral de avaliação do orçamento poder contar com esses recursos.
Impacto. O governo
do Presidente Michel Temer reconhece que eventual aumento de tributos para
fechar as contas terá um impacto político, segundo apurou o Broadcast/Estadão.
Mas a avaliação é de que o aperto no Orçamento pode ser uma questão de
necessidade, pois receitas esperadas para fechar as contas não devem mais
acontecer.
O Palácio do
Planalto também sabe da dificuldade de fazer com que o Congresso assimile
eventual aumento de tributos, justamente em meio à articulação para a votação
da denúncia contra o presidente Michel Temer. Por isso, caso a medida seja
considerada necessária, uma elevação que não dependa diretamente do Congresso é
vista como "mais fácil".
Integrantes do
governo tentavam ao longo do dia de hoje afastar a necessidade de elevar tributos
para cobrir o rombo nas contas. Apesar disso, a máxima que prevaleceu nessas
conversas é a de que a meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões neste ano é
"imexível" e precisa ser preservada para evitar ruído e desconfiança
junto aos investidores.
Em meio à
dificuldade financeira, o governo também vai brigar para reverter as mudanças
feitas pelos parlamentares nos relatórios do Refis (parcelamento de débitos
tributários) e da reoneração da folha de pagamento. Essas medidas contribuiriam
para os cofres do governo, mas as mudanças acabaram reduzindo o potencial de
arrecadação.
Fonte: Gazeta
Online.
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