Porto do Açu vai ter térmica de última geração e promete três mil empregos até 2019
Apesar
de a economia estar mergulhada na pior crise dos últimos tempos, boas notícias
emergiram na semana passada, especialmente para o interior do Rio de Janeiro.
Obviamente, tudo passa pela Petrobras e pelo Porto do Açu, e também a retomada
do Comperj em Itaboraí. A Prumo, que opera o Porto do Açu vai investir R$ 3
bilhões na construção de uma usina térmica a gás e de estação de
regaseificação, um processo que transforma gás em estado líquido em gasoso.
Segundo o presidente da Prumo, José Magela Bernardes, as obras começam em 2018
e vão gerar três mil empregos. A Prumo já fez todos os estudos para a
instalação de um gasoduto que vai margear a BR-101 do lado direito levando o
gás para o Porto do Açu. Processo de desapropriações de terras, por onde o
gasoduto passará, está em curso, praticamente concluído. Deve estar pronto em
menos de um ano.
Presidente
da Prumo
Segundo o presidente da Prumo a térmica faz parte de um projeto bem maior, que prevê a construção de outras unidades. O projeto deverá consumir investimentos totais de R$ 15 bilhões, tornando-se o maior parque térmico do país. – Porém, precisamos de matéria-prima, o gás. Estamos em contato com todos os produtores de petróleo, pois existe a necessidade do escoamento deste gás- disse o gerente. Ele acrescentou que: “Temos o gás do pré-sal. Estamos criando uma solução para evacuar esse gás que vem junto com o petróleo. A térmica vai começar a operar em 2021. Desde 2014, já investimos R$ 5 bilhões para finalizar essas obras e outras, como o terminal de minério de ferro” disse Magela.
Entusiasmo
na região
Para
os empresários da Região esse será o ponto crucial do Porto do Açu e vai salvar
a economia do interior do Rio, altamente dependente do petróleo. Eles destacam
principalmente a geração de empregos da ordem de três mil, um pouco acima do
número de vagas fechadas pela crise na área da construção civil. O município de
Macaé, que sentiu tão ou mais quanto Campos os efeitos da crise, com a baixa do
preço do petróleo, também vai contar com novos investimentos e fala-se em R$ 50
bilhões. Isso sem falar em um novo porto em Maricá, que será construído pela
DTA Engenharia com investimentos previstos de R$ 5,2 bilhões, faltando apenas á
licença ambiental para o início do projeto. Macaé estava disputando esse investimento
com Maricá, mas os estudos técnicos apontam como melhor localização a cidade
localizada próxima à Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O projeto será
para dar suporte ao pré-sal. Tudo isso tem como ponto de partida a recuperação
econômica da Petrobras que foi sangrada nos últimos anos por um surpreendente
esquema de corrupção. A estatal já está dando sinais de recuperação.
Macaé
volta a crescer
Em
Macaé começam a ganhar corpo novos projetos no setor petrolífero. É o caso do
Parque Bellavista, um polo industrial privado onde estão instaladas 19 empresas
do setor de petróleo, que vai triplicar de tamanho. Vai passar dos atuais um
milhão de metros quadrados para três milhões de metros quadrados. Os
investimentos estimados são de cerca de R$ 50 milhões. O diretor do Parque
Bellavista, Leonardo Dias, explicou que a ideia de expansão da área industrial
surgiu em 2013, quando o setor de petróleo estava em franco crescimento. E
mesmo com a chegada da crise, disse ele, o grupo não desistiu do projeto, acreditando
na futura ampliação da produção de petróleo no pré-sal. — Mesmo com a crise,
optamos por continuar os investimentos e executar as obras de preparação dos
terrenos para receber novas empresas. Sempre acreditamos na retomada do setor
com o desenvolvimento do pré-sal — disse A expansão total da área está prevista
para ser concluída no primeiro semestre de 2019. No momento, cerca de um terço
da obra já foi concluída. De acordo com o executivo, quatro novas empresas já
se instalaram. Dias afirma ainda que, apesar da crise dos últimos anos, nenhuma
empresa chegou a sair do parque industrial. — São grandes empresas, que
continuam com contratos em andamento. Houve redução do volume de contratos,
demissões e há capacidade ociosa em algumas instalações, porém, as empresas
continuam operando na expectativa de retomada do setor, que começa a dar os
primeiros sinais.
Leilão
e royalties
O
petróleo e o gás natural poderão ser uma importante alavanca para ajudar o
país, especialmente o Estado do Rio de Janeiro, a sair da profunda crise
financeira em que se encontra. Os dez leilões de petróleo marcados para o
período de 2017 a 2019 devem render US$ 30 bilhões em investimentos para o
Estado do Rio. O cálculo é da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e considera o
aporte necessário para desenvolver os campos localizados no litoral do estado
ao longo do contrato, de 35 anos. Com a expectativa de que sejam descobertas,
só nos blocos do Rio, reservas de, no mínimo, 4 bilhões de barris de petró-
leo, a ANP prevê ainda que o estado deve receber cerca de US$ 8 bilhões em
royalties nas três décadas e meia. Além disso, são estimados outros US$ 400
milhões para o estado, no mesmo período, em participações especiais (compensa-
ção financeira que incide sobre campos de elevada produ- ção). O pico dos
investimentos esperados nos campos está previsto para 2025. Hoje, a maior
dívida do Estado do Rio é com a União, de R$ 5 bilhões por ano, valor que vem
tentando renegociar.
Investimentos
em Macaé e retomada do Comperj
Três anos depois de ver desaparecer mais de 30 mil
empregos, a cidade de Itaboraí voltou a sonhar com a expectativa de retomada
das obras do Comperj. Desde a notícia de que a Petrobras poderá reiniciar a
construção de uma refinaria no complexo petroquímico em parceria com os chineses,
antecipada pelo GLOBO na última terça-feira, mais de 300 ex-trabalhadores já
foram atrás de informações e de uma vaga no sindicato da região. É assim que a
sede do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e
Manutenção Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon), no Centro da
cidade, vem se tornando ponto de encontro de ex-funcionários do Comperj. Com
currículos nas mãos e muitas histórias tristes, as centenas de desempregados
depositam agora suas esperanças nos chineses para esquecer os dias de bicos e
venda de doces pelas ruas. A cidade tem hoje, segundo a prefeitura, cerca de 20
mil desempregados. — A notícia da retomada das obras causou expectativa. Eles
chegam no sindicato perguntando se já saiu alguma coisa no Comperj. O problema
é que até começar uma obra demora, mas as pessoas acham que é rápido. É um
desespero — comenta Paulo Cesar Quitanilha, presidente do Sintramon. — As
pessoas estão há três anos desempregadas. Mais de 300 ex-funcionários já vieram
pedir informação e emprego após a reportagem da volta do Comperj — diz o
vice-presidente do sindicato, Marcos Hartung.
Fonte: Terceira Via.
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