Temer sanciona reforma trabalhista
O presidente Michel Temer sancionou
hoje (13), sem vetos, a reforma trabalhista, intitulada Lei de Modernização
Trabalhista, em evento no Palácio do Planalto. Diante de uma plateia repleta de
ministros e parlamentares, Temer disse que os direitos dos trabalhadores estão
sendo preservados.
“Esse projeto de Lei é a síntese de
como esse governo age. Como eu tenho dito, o diálogo é essencial, mas também a
responsabilidade social. Estamos preservando todos os direitos dos
trabalhadores. A Constituição Federal assim determina”, disse.
O presidente reafirmou a importância
do diálogo com o Congresso durante o seu governo. “Eu devo registrar, que desde
o início do meu mandato, eu assumi o compromisso de levar adiante as reformas
com apoio expressivo do Congresso Nacional. O Legislativo quando aprova, como
aprovou agora, está ajudando a governar. E de outro lado, nós dialogamos com a
sociedade”.
Foi o capítulo final de um longo
caminho para o governo e seus aliados no Congresso. Debates em comissões na
Câmara e no Senado e, no dia da votação final, senadoras de oposição impedindo
a realização da votação no plenário por sete horas. Sem citar diretamente a
oposição, Temer criticou a disputa política no âmbito das reformas.
“Vejo que não é discussão de
conteúdo, é disputa política. Faríamos muito bem se discutíssemos o conteúdo.
Quando a disputa é apenas ideológica, política, é como se tivessem uma venda
nos olhos e não contribuem”, disse.
A aprovação da reforma, tida pelo
governo como uma de suas prioridades, divide opiniões. Mas o presidente e sua equipe
garantem que a modernização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) vai
aumentar a geração de empregos e dar segurança jurídica tanto para empregados
quanto para empregadores.
“O que fizemos foi avançar. Contratos
que antes não comportavam carteira assinada hoje estão previstos expressamente.
Nossa consolidação, que foi na época um grande avanço, é de 1943. É claro que o
mundo não é mais de 1943, é do século 21. E fizemos a adaptação ao século 21.
Hoje há uma igualdade na concepção. As pessoas são capazes de fazer um acordo,
de um lado os empregados, de outro, os empregadores”, frisou Temer.
Pontos polêmicos
Alguns pontos da lei, no entanto,
serão alterados após diálogo com o Congresso. O governo enviou aos
parlamentares uma minuta com os pontos da medida provisória (MP) com a qual
pretende alterar a reforma trabalhista. A minuta toca em dez pontos da reforma,
entre eles temas polêmicos que foram discutidos durante a tramitação, como o
trabalho intermitente, a jornada 12 por 36 horas e o trabalho em condições
insalubres das gestantes e lactantes.
Segundo o líder do governo senador
Romero Jucá, relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
não há prazo definido para a conclusão da MP e que há tempo para sua edição.
“Encaminhei hoje [a MP] para vários parlamentares os pontos que são objeto do
acordo no Senado para serem discutidos. Na hora que estiverem amadurecidos, a
MP será editada. Não tem previsão. É importante dizer que esta lei só vale
daqui a 120 dias. Para ter uma medida provisória que modifique a lei, ela tem
que ocorrer antes de 119 dias. Então nós temos um prazo razoável”, disse.
Apoio
Romero Jucá também discursou durante
o evento e reiterou seu apoio – e dos partidos da base aliada – a Michel Temer.
"Tenho sido testemunha da sua coragem para com o país. Entre a saída mais
fácil e o correto, o senhor tem escolhido o correto para a grande maioria da
população. Persevere no caminho do bem. Os partidos da base não faltarão a
Vossa Excelência. Os congressistas brasileiros, na sua grande maioria, vão
avançar nas reformas”.
Edição: Fernando Fraga
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