Cabral é condenado a 45 anos de prisão, a maior pena da Lava Jato
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O juiz Marcelo
Bretas condenou nesta quarta-feira (20) o ex-governador do Rio Sérgio Cabral
(PMDB) a 45 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de
dinheiro e liderar organização criminosa. É a maior pena já aplicada em
processos decorrentes da Operação Lava Jato.
A decisão se refere a processo que trata de
propinas pagas pela Andrade Gutierrez por obras no Estado, lavagem de dinheiro
por meio de aquisição de joias e do escritório de advocacia da ex-primeira-dama
Adriana Ancelmo.
O magistrado também condenou a mulher do
ex-governador a 18 anos e 3 meses de prisão em razão da lavagem de dinheiro por
meio da compra de joias, bem como pela contratação fictícia de seu escritório
de advocacia por meio de duas empresas (Reginaves e Portobello).
O magistrado determinou que o ex-governador e sua
mulher cumpram a pena em regime fechado. Cabral já está preso, enquanto Adriana
Ancelmo está em prisão domiciliar.
Bretas também condenou outras dez pessoas, entre
elas os ex-secretários Wilson Carlos (Governo), Hudson Braga, ex-assessores e
empresários. O oficial bombeiro Pedro Ramos Miranda, ex-assessor de Cabral, foi
absolvido.
A pena é a maior da Lava Jato, superando a imposta
ao almirante Othon Luiz Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear. O militar,
também julgado por Bretas, foi condenado a 43 anos de prisão.
Esta é a segunda condenação de Cabral na Lava Jato.
O peemedebista já havia sido sentenciado a 14 anos e 2 meses de prisão pelo
juiz Sergio Moro por propinas pagas pela Andrade Gutierrez pelas obras do
Comperj. Neste caso, a ex-primeira-dama havia sido absolvida.
A sentença é a primeira de Bretas em processos
contra o ex-governador do Rio. O magistrado é responsável por outras 12 ações
penais contra o peemedebista.
O Ministério Público Federal acusou Cabral de ter
cobrado uma mesada de R$ 350 mil por mês da empreiteira no início de seu
governo, em razão das obras que seriam realizadas. De acordo com a
Procuradoria, há provas de pagamento de ao menos R$ 7,7 milhões.
O ex-governador e Adriana Ancelmo também ocultaram
R$ 6,5 milhões por meio da aquisição de joias sem a emissão de notas fiscais,
segundo a acusação.
Cabral está preso desde novembro, quando foi
deflagrada a Operação Calicute. O ex-governador negou em depoimentos anteriores
a cobrança de propina. Ele reconhece ter recebido contribuições de campanha por
meio de caixa dois, e que se apropriou de "sobras de campanha".
Fonte: Aqui Notícias.
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