Caso de professor do IFF investigado por racismo ganha repercussão nacional
A
notícia de um professor do Instituto Federal Fluminense (IFF) de Campos que se
tornou réu por ato de racismo, ganhou repercussão nacional, quando foi
publicada na tarde desta segunda-feira (18), no site da Agência Brasil e no
Mídia Rondoniense.
A Justiça Federal em Campos dos Goytacazes
(RJ) recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra
Maurício Nunes Lamonica, professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), por
ato de racismo. A decisão da 2ª Vara Federal de Campos afirma que há indícios
suficientes de materialidade delitiva e da respectiva autoria, e que conduta do
réu se encaixa em discriminação pela raça. A decisão considera que a frase “Pra
ninguém achar que eu não gosto de afrodescendente. Nega gostosaaaaa!!!! Uh!!!!
Foi mal”, como colocada pelo denunciado nas redes sociais, sugere que ele não
possuiria apreço por afrodescendentes, mas, quando se trata de cerveja, não
teria preconceito, o que afastaria a afirmação inicial.
No oferecimento da denúncia contra
Maurício, o MPF afirmou que o conteúdo discriminatório não está apenas na
comparação. A intenção discriminatória ficaria evidenciada pela frase “Pra
ninguém achar que eu não gosto de afrodescendente”, pois trata-se de uma forma
irônica de dizer que o professor não gostaria de afrodescendente, mas abriria
uma exceção em relação à cor para a cerveja preta. Da mesma forma, a expressão
“Uh!!!! Foi mal”, em que o autor “se desculpa”, deixaria nítida a sua intenção
de ironizar com o nítido cunho provocativo e a intenção de zombar de um
determinado grupo (no caso, pessoas negras).
Ao site da Agência Brasil, o advogado do
IFF, Amyr Moussalem, afirmou que Lamonica não foi notificado e prefere não se
pronunciar. Ele adiantou, no entanto, que o acusado vem participando de
diversas audiências sobre o tema e inclusive já se retratou publicamente.
Por meio da assessoria de imprensa, o
Instituto Federal Fluminense informou que na época do ocorrido abriu um
processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do professor e
decidiu pela aplicação de uma advertência. Segundo o instituto, ele ficou
afastado das atividades durante o processo e atualmente voltou a dar aulas no
ensino médio.
Fonte:
Terceira Via.
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