TRE conclui julgamento e mantém condenação na Machadada; cabe recurso ao TSE
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
concluiu o julgamento do recurso na Ação Eleitoral de Investigação Judicial
originada da operação Machadada. Fica mantida a condenação a oito anos de
inelegibilidade da prefeita Carla Machado (PP), do vice Alexandre Rosa (PRB),
do vereador Alex Firme (PP) e do ex-prefeito Neco (PMDB). Tal resultado já era
conhecido desde 30 de agosto, uma vez que a Corte já tinha julgado o mérito,
pela manutenção da sentença em primeira instância. Contudo, o desembargador
Raphael Mattos havia pedido vista em uma das preliminares e foi este o voto
apresentado nesta quarta-feira (20). O acórdão deve ser publicado nos próximos
dias. A partir de então, caberá embargos de declaração em segunda instância e,
ainda, recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Vale lembrar que a condenação na
Machadada não altera o cenário eleitoral sanjoanense, já que a sentença de
primeira instância foi proferida após a homologação dos registros e,
posteriormente, Carla, Alexandre e Alex foram eleitos. Caso a condenação seja
mantida até a última instância, eles ficariam impedidos de disputar os pleitos
de 2018 e 2020.
Na sessão desta segunda, o
desembargador Raphael Mattos abriu divergência quanto à ilegalidade das
gravações usadas como prova no processo, mas foi vencido.
A operação Machadada foi deflagrada
em 3 de outubro de 2012. O grupo governista, liderado à época pela então
prefeita Carla Machado, que está novamente no cargo, foi acusado de abuso de
poder e cooptação ilícita de nomes da oposição, oferecendo vantagens
financeiras indevidas e cargos na administração pública municipal. Ao sair de
um comício, já na madrugada, Carla e Alexandre chegaram a ser presos pela
Polícia Federal e levados para a delegacia de Campos. Pela manhã, após
pagamento de fiança, eles foram liberados. A denúncia foi impetrada pelo
Partido da República, a coligação “São João da Barra vai mudar para melhor” e o
então candidato a prefeito Betinho Dauaire (PR).
Existia a expectativa de a sentença
ser proferida antes do processo eleitoral do ano passado, já que as testemunhas
foram ouvidas pelo magistrado em maio. Carla e Neco foram adversários na
disputa pela Prefeitura e corriam o risco de ficarem fora do pleito, caso
condenados em primeira e segunda instâncias. No entanto, a defesa de Alex Firme
levantou a suspeição do juiz da 37ª Zona Eleitoral de SJB. Leonardo Cajueiro
não acatou o pedido, mas o processo ficou suspenso até análise do TRE. No fim
de novembro, a Corte Eleitoral rejeitou a suspeição e a sentença, com a
condenação dos quatro políticos, foi proferida em março.
Fonte: Arnaldo Neto.
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