Henrique Roxo fecha as portas
Depois de 75 anos de funcionamento
atendendo pacientes com problemas psiquiátricos, o Hospital Henrique Roxo
fechou suas portas, baseado na lei federal 210.216 de 2001, conhecida como Lei
da Reforma Psiquiátrica, que acaba com os hospitais e também pela dificuldade
financeira em seguir. O fim dos hospitais psiquiátricos coloca em dúvida o
tratamento dos doentes. De acordo com a médica Débora Casarsa, Campos ainda não
tem estrutura para absorver todos os atendimentos. Enquanto isso a rede dos
Centros de Atenção Psicossocial (Caps) avançam em atendimento, reduzindo
leitos.
A lei dispõe sobre proteção e
direitos das pessoas com transtornos mentais e busca redirecionar o modelo
assistencial em saúde mental. Após a reforma, o objetivo é que o formato dos
hospícios — caracterizados pelo isolamento — seja extinto e os pacientes
atendidos pelos Caps e em leitos disponibilizados nos hospitais regionais e
municipais.
— Precisamos repensar a saúde mental,
principalmente no nosso município. Eu acho que o município deve se estruturar e
planejar melhor — declarou a geriatra Débora Casarsa.
O Programa de Saúde Mental do
município vem registrando queda no número de pacientes com transtornos mentais
hospitalizados. Campos tinham 240 leitos contratados no Henrique Roxo e João Viana,
mas atualmente, está com cerca de 94. Os pacientes que estiverem em condições
receberem alta, de forma gradativa e responsável, seguida de acompanhamento nos
Caps. Aqueles que tiverem necessidade de internação, serão encaminhados para o
Hospital Psiquiátrico João Viana, unidade filantrópica, sem previsão de
fechamento no momento.
A notícia repercutiu nas redes
sociais e muitas foram às manifestações de apoio. Quem também deixou o
depoimento de apoio foi á filha do fundador do Hospital Henrique Roxo, Valéria
Pupe. “A vida é feita de começo, meio e fim, assim como nós seres mortais. Fica
aqui registrado o meu agradecimento a Deus e orgulho por termos conseguido
fechar o hospital corretamente.
Fonte: Folha 1
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