Falta de ônibus gera manifestação em Três Vendas
Mais de 100 moradores da localidade
de Três Vendas, em Campos, fecharam a BR 356, na manhã desta segunda-feira (4),
devido à paralisação da Rogil, que completa dez dias. Os funcionários da
empresa paralisaram as atividades no último dia 24. Eles estão com salários
atrasados e sem previsão de recebimento e de retorno. Com o impasse, os
manifestantes enfrentam dificuldades para chegarem à área central do município
e pedem que outra firma de ônibus faça a linha até a localidade.
Parte da população de Três Vendas se
reuniu na BR 356 por volta das 9h. Eles fecharam a rodovia e colocaram fogo em
galhos, com o objetivo de atrair a atenção das autoridades para as
necessidades. Moradora da região, a técnica de enfermagem Rosane Ferreira Soares,
de 44 anos, contou que muitos vizinhos estão perdendo emprego e passando fome
por não terem meio de transporte adequado até o trabalho. Por ora, eles
necessitam de carros de lotada — que, às vezes, são apreendidos — ou de ônibus
intermunicipais que possam conduzi-los até o Centro da cidade:
— Estamos há três semanas sem ônibus.
A (empresa), Brasil quando para, cobra R$ 5,50, que é um preço absurdo, já que
Três Vendas pertence a Campos. Os estudantes estão tendo que pagar passagem.
Nós não estamos querendo mais a Rogil. Queremos outra empresa que assuma o
compromisso com a população. Os funcionários esta há meses sem pagamento. Não é
justa, com eles, essa situação, mas também não é com a gente. Tem muita gente
perdendo emprego. E as pessoas estão pagando passagem a algumas pessoas que
moram aqui e extorquem os moradores, cobrando R$ 5. O povo está sem solução.
A técnica destacou, também, que
moradores desempregados não estão sendo admitidos em postos de trabalho porque
as empresas conhecem a realidade da dificuldade para conseguir transporte na
localidade.
— Eu sou uma dessas pessoas. A
empresa quer me contratar, mas não quer me assumir, por enquanto, por causa do
gasto de passagem. Há outras pessoas, da mesma empresa, que moram aqui. Então,
está saindo por R$ 11 a passagem. Está pesado para todo mundo. Tem gente
desempregada, com armários vazios. E quem está conseguindo perde a oportunidade
por não conseguir ir para Campos. Nós queríamos, também, o direito de ter van.
A empresa não aceita. Queremos só nosso direito de trabalhar com dignidade, de
os alunos terminarem os estudos — lamentou Rosane.
Em nota, o Instituto Municipal de
Trânsito e Transporte (IMTT) informou que “o órgão continua cobrando, no
mínimo, a retomada de 30% da frota da Rogil. Solicitações vêm sendo feitas a
outros consórcios para cobertura de algumas linhas do interior do município. Na
área urbana, os bairros vêm sendo atendidos pelo transporte alternativo
legalizado (vans). Algumas linhas na região de Dores de Macabu, Serrinha,
Ibitioca, Caxeta e Pernambuca não foram afetadas. Medidas já estão sendo
tomadas junto à Procuradoria Geral do Município e à Secretaria da Transparência
e Controle".
Fonte: Folha1
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