Polícia Federal deflagra operação contra fraudes ao INSS em Campos e região

A Polícia Federal, com o apoio da Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária e do Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta sexta-feira (8), em Campos e região, a Operação Cardiopatas, em combate à corrupção de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a fraudes previdenciárias, cujo prejuízo à Previdência ultrapassa R$ 4,3 milhões. Ao todo, 53 mandados — 12 de prisão preventiva, três de prisão temporária, 20 de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão — foram expedidos para cumprimento em Campos, São João da Barra, Italva e Casimiro de Abreu. Três médicos foram presos e prestam depoimento na delegacia da PF.
Entre os 35 envolvidos no esquema, 34 foram conduzidos à sede da Polícia Federal em Campos e um em Macaé. Destes, 15 estão presos, sendo oito intermediários, quatro técnicos do seguro social, dois médicos peritos e um médico particular. Diversos beneficiários foram conduzidos coercitivamente à sede da Polícia Federal. Eles foram ouvidos e liberados. 
A ação, que teve início na madrugada desta sexta-feira, contou com 120 policiais federais de Campos e do Rio de Janeiro e dois analistas de inteligência previdenciária. Dos 53 mandados, pelo menos 20 já foram cumpridos. De acordo com a PF, entre os investigados estão técnicos do seguro social, médicos peritos, médicos particulares, agenciadores de benefícios e clientes da organização criminosa. Entre o material apreendido está um valor não divulgado em dinheiro.
“Os investigados responderão pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção passiva e ativa, peculato e violação de sigilo funcional”, informou, em nota, a Polícia Federal.
Material apreendido / Paulo Pinheiro
O delegado federal Vinícius Venturini, que está à frente da Operação Cardiopatas, explicou que o inquérito é de 2013, mas a investigação foi intensificada nos últimos oito meses. Os policiais analisaram inquéritos de fraudes previdenciárias isoladas que seguiam o mesmo modus operandi (modo de operação), caracterizando a atuação de uma quadrilha.
— A partir de um gancho, a gente descobriu o intermediário. O intermediário é aquele que coopta a pessoa disposta a fraudar o INSS (o beneficiário), produz todos os documentos médicos, dá entrada no INSS e recebe o benefício. Isso culminou na operação de hoje, com o cumprimento de 15 mandados de prisão, sendo doze de preventiva e três temporárias, 20 conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens no total de R$ 4,3 milhões, que foi o prejuízo calculado praticado pela organização criminosa.
O nome da operação se deve ao fato de a maioria dos beneficiários cooptados pela organização criminosa terem simulado miocardiopatia dilatada ao INSS, com base em documentos médicos ideologicamente falsos.
Fonte: Folha 1.



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