Aumento da taxa de iluminação pública gera revolta
Como estratégia de recuperação da
receita própria do município, o atual governo de Campos aumentou a taxa de
iluminação pública. Nas redes sociais, nas casas e nos estabelecimentos
comerciais, o assunto não é outro. O reajuste tem deixado á população
revoltada, pois não anda satisfeita com a medida tomada.
A dona de casa Renata dos Santos
Almeida, 37 anos, disse que tomou um susto quando recebeu a conta de luz deste
mês. Segundo ela, na conta do mês de dezembro de 2017, o valor da taxa era de
R$ 4,89. Já referente ao mês de janeiro, o valor subiu para R$ 24,80, um
aumento de quase 500%.
“Um absurdo tremendo. Moro no Parque
Calabouço, em Guarus, e para chegar até a minha casa, trafego em um bom trecho
da Avenida José Carlos Pereira Pinto onde há 11 postes sem iluminação. Está um
breu só. As pessoas não se sentem mais seguras. O prefeito aumenta a taxa e
presta um serviço de péssima qualidade para a população. Como isso?”,
questionou.
A atendente Ludimila Baltazar da
Silva, 34 anos, revelou que a conta dela sofreu um aumento de quase R$ 30,00.
"Não entendi, pois onde moro, na Rua Américo Alves da Silva, em Ururaí,
está sem luz há meses", comentou a atendente, informando que uma vizinha
foi até a sede da Superintendência de Iluminação Pública onde foi informada que
o reajuste não é culpa da prefeitura. "Enquanto não acham o culpado, quem
paga somos nós".
De acordo com o economista Ranulfo
Vidigal, a cidade perdeu renda e ficou com custo de vida mais caro, pelo
aumento da passagem social, IPTU, conta de água e agora luz. “Em contrapartida,
a qualidade dos serviços caiu muito, daí o grande mal estar na cidade com o
novo governo”, disse.
“Consumo até 100 KWh não pagará a
taxa”
Segundo Vidigal, existe uma escala
diferenciada. “O pessoal de baixo consumo, até 100 kWh não pagará a taxa. Isso
engloba muita gente. Um apartamento de 90 metros quadrados consome normalmente
isso. A conta fica salgada para apartamentos de classe média alta que nesse
verão, com ar condicionado, gastam muito acima de 100 kWh e podem vir a pagar o
equivalente a 10% da conta total, com a taxa de iluminação. Para o setor
industrial e comercial, o que vai ocorrer é um repasse do custo da taxa para os
consumidores, via preço final de produtos e serviços”, explicou.
CDL discute reajuste
Na primeira reunião da nova diretoria
da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campos (CDL), realizada na segunda-feira
(08/01) dois assuntos se destacaram: o aumento taxa de iluminação pública
cobrada pela prefeitura na conta de energia elétrica da operadora e também a
estratégia para o setor do comércio operar ao longo de um ano repleto de
feriados que tendem a ser dilatados.
O presidente, Joilson Barcelos, disse
que determinou um estudo sobre os critérios que a prefeitura usou para
reajustar a taxa de iluminação pública.
“Não é um assunto que diz respeito só
ao comércio, mas também a indústrias e aos donos de residências. Foi um aumento
de surpresa e temos que neste primeiro momento avaliar os critérios adotados”,
comentou.
Em nota, a Prefeitura informou
que "o município aguarda parecer do Tribunal de Contas do Estado
(TCE-RJ) para dar prosseguimento ao processo licitatório, iniciado no ano
passado. Em 2017, a atual gestão realizou uma contratação de caráter
emergencial em virtude do contrato vigente, assinado na gestão passada, ter
sido considerado ilegal pelo TCE. Segundo o superintendente de Iluminação
Pública, Daniel Duarte, a nova contribuição sobre iluminação pública (Cosip)
proporcionará ao município melhorias no parque de iluminação.
Ele explica que a cosip leva em
consideração a capacidade contributiva de cada consumidor. Os cálculos são
feitos de acordo com as variáveis: taxa de consumo, bandeira tarifária do mês,
conforme definição do governo federal, e classe que o consumidor está inserida
na concessionária de energia. Na subclasse baixa renda, por exemplo,
cerca de 2.800 contribuintes terão isenção total da taxa. Já na classe
residencial, aproximadamente, 58 mil contribuintes terão redução de,
aproximadamente, 60% da taxa em relação ao exercício anterior. Além disso, a
classe rural, 2.200 clientes terão redução de, aproximadamente, 10% em
relação à taxa anterior.
Daniel explica, ainda, que nos
últimos anos não houve correção dos valores que correspondesse ao aumento do
número de pontos de iluminação e aos reajustes anuais do governo federal em
relação à tarifa de energia. Com isso, a arrecadação da taxa de
iluminação em 2017 não cobriu nem 40% dos custos da energia consumida, além de
serviços de manutenção como troca de lâmpadas e melhorias no parque de
iluminação".
Fonte Redação / Ascom
Nenhum comentário
Postar um comentário