Em Bom Jesus do Norte Câmara retorna do recesso com 5 vereadores condenados
Passado
o Carnaval, as atenções no meio político passam a se mais intensas. Em Bom
Jesus do Norte, cidade localizada no Sul do Estado do Espírito Santo, os
trabalhos na Câmara Municipal foram retomados nesta quinta-feira (15/02), fato
normal para uma cidade do interior, se não fosse a condenação da maioria dos
vereadores a perda do mandato. A Câmara Bomjesuense conta com nove vereadores, sendo
cinco condenados por, possível, fraude eleitoral. A sentença foi proferida no
dia 24 de janeiro de 2017, pelo Juízo da 44ª Zona Eleitoral. A defesa dos vereadores contestou e os
legisladores seguem trabalhando normalmente enquanto os recursos estão em
tramitação.
Os
vereadores foram penalizados baseado na Lei nº 9.504/97, que contém a chamada Cota de Gêneros, estabelecendo que, nas
eleições proporcionais, “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e
o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”, sendo obrigatório que 30 % das
candidaturas, sejam mulheres. O problema foi que em Bom Jesus do Norte, duas
dessas candidatas terminaram a eleição com votação zerada, e a justiça
entendeu que existiu uma movimentação de
“candidaturas laranjas”, ou seja as mulheres só tiveram as suas candidaturas
registradas para cumprir a lei.
Com
esse entendimento, a justiça condenou os vereadores eleitos e todos os demais
candidatos das coligações nas quais essas candidatas foram registradas. Eleitos:
Charles Carlos Diniz Vieira, João Batista de Oliveira Alves, Camilo Coelho da
Silva, Pedro Gomes da Silveira e Alexander de Souza Prepeta.
Deveriam esses vereadores e os demais
candidatos das coligações serem condenados porque as mulheres não tiveram
votos? É justo a perda do mandato por causa de outro candidato que não
conseguiu conquistar a simpatia do eleitor? Essa discussão divide opiniões entre os
eleitores da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes.
Para o atual Presidente da Câmara, vereador
Alexandre de Souza Prepeta (Xandão), a decisão da justiça não é justa, pois condena outras pessoas que
não tiveram culpa. “Afirmo que não participei de nenhum tipo de fraude. Pedi
voto, corri atrás, venci, fui diplomado e exerço o meu mandato com dignidade,
através do meu partido PSB. Não fraudei nada e jamais irei participar de nenhum
tipo de fraude. Estou tranquilo quanto a isso.”, desabafa Xandão.
Outro que também opinou foi o Ex-presidente
da Câmara, vereador Camilo. “Fiquei surpreso com a ação, pois eu e outros 4
colegas fizemos a nossa parte como candidatos, corremos atrás do voto, isso é
crime?. Entendo que o desejo do eleitor é soberano na hora da escolha, ele
decidiu não votar na candidata, e eu e nem os colegas podemos sofrer penalidades
por isso”, opina Camilo.
Um comentário
Não entendi essa punição. Se eu for candidato e tiver uma mulher fraca de voto, eu que sou o culpado? Pelamordedeus
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