Marisqueiras fazem protesto em frente à sede da Prefeitura de Campos
Mais de 30 marisqueiras de Farol de São Thomé realizaram uma
manifestação na manhã desta terça-feira (20), em frente à sede da Prefeitura de
Campos. Elas questionam os critérios utilizados pelo município para o
cadastramento de beneficiários do Defeso Municipal de Água Salgada, alegando
que marisqueiras, que sempre tiveram direito ao seguro durante o período de
proibição de pesca do camarão, não foram incluídas no cadastro este ano.
Com cartazes, elas buscaram chamar a atenção do prefeito: “Prefeito
Rafael Diniz, queremos nossos direitos. Somos trabalhadoras. Merecemos
respeito”.
— Há 17 anos fazemos parte do Defeso. Recebemos o seguro desde 2004 e,
antes disso, a prefeitura assistia a gente com sacolões, cestas básicas. Agora,
muitas mulheres que trabalham com camarão o ano todo foram excluídas e tem
gente que nunca mexeu com camarão que está recebendo o Defeso — contou Maria de
Fátima Servúlo de Oliveira, de 54 anos.
Regina Balbino Martins, 62 anos, que sofre com câncer de intestino,
disse ter criado os filhos com a renda obtida do manejo do camarão. “A vida
toda trabalhei com isso e sempre tive auxílio da Prefeitura. A gente não tem
carteira assinada. Com as pescarias fechadas por três meses, ficamos sem ter
trabalho e não temos de onde tirar renda”, contou a senhora, apontada pelo
grupo como uma das mais antigas marisqueiras de Farol.
— Só cadastraram as que trabalham em frigoríficos. Deram senhas e
escolheram as pessoas, em um cadastro de surpresa, com inclusão de gente até de
Goitacazes. Toda tem cadastros no C.S.U. (sede da secretaria de Desenvolvimento
Humano e Social) e trabalhamos com camarão o ano todo, tendo direito ao Defeso
— concluiu Juliana Cruz Luiz, uma das organizadoras da manifestação.
O protesto começou por volta de 10h45 e durou cerca de 40 minutos. A
Polícia Militar (PM) informou que não houve tumulto no local. Em nota, a Prefeitura
de Campos informou que uma equipe da superintendência de Pesca e Aquicultura
recebeu um grupo de marisqueiras e que “a partir da conversa entre a Prefeitura
e representantes do segmento, serão avaliadas medidas que se fizerem necessárias
a cada caso”.
Fonte: Folha1
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