Prefeito e vereadores são presos em operação da Polícia Federal
O prefeito de Cabedelo, Leto Viana (PRP), e mais cinco vereadores foram
presos durante a operação Xeque-Mate, deflagrada na manhã desta terça-feira (3)
pela Polícia Federal, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial contra o
Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba. A operação tem como
objetivo desarticular um esquema de corrupção na administração pública no
município localizado na região da Grande João Pessoa.
Inicialmente foi dito que o vice-prefeito foi preso, no entanto a
Polícia Federal informou que houve uma confusão no repasse da informação pois o
atual prefeito, Leto Viana, havia sido eleito vice-prefeito em 2012 e assumiu a
prefeitura de Cabedelo em 2013, após renúncia do prefeito eleito. De acordo com
o Gaeco, o atual vice-prefeito Flávio de Oliveira, foi afastado do cargo, mas
não foi preso.
A Polícia Federal cumpre 11 mandados de prisão preventivas, 15
sequestros de imóveis e 36 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de
Justiça da Paraíba. Além dos mandados, a Justiça decretou o afastamento
cautelar do cargo de 85 servidores públicos, incluindo o prefeito e o
vice-prefeito de Cabedelo, e o presidente da Câmara Municipal.
Confira a lista dos alvos dos mandados de prisão
1. Wellington Viana Franca (Leto Viana) - Prefeito
2. Jacqueline Monteiro Franca (esposa de Leto) - Vereadora e
vice-presidente da Câmara
3. Lúcio José do Nascimento Araújo - vereador e presidente da Câmara
4. Tércio de Figueiredo Dornelas Filho - vereador
5. Rosildo Pereira de Araújo Júnior (Júnior Datele) - vereador
6. Antônio Bezerra do Vale Filho (Antônio do Vale) - vereador
7. Marcos Antônio da Silva dos Santos
8. Inaldo Figueiredo da Silva
9. Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho
10. Adeildo Bezerra Duarte
11. Leila Maria Viana do Amaral
Segundo informações da Polícia Federal, a esposa do prefeito, que é
vereadora na cidade, também é alvo de mandado de prisão. De acordo com a PF,
ela era responsável pelos contratos fraudulentos. O casal gastou milhões em
imóveis com dinheiro desviado, e dispõe de um estilo de vida totalmente
incompatível com a renda.
Equipes da Polícia Federal também cumpriram mandado de busca e apreensão
na casa do empresário Roberto Santiago, em João Pessoa. O advogado do
empresário, Marcos Pires, confirmou que Roberto Santiago não foi preso.
"Não tenho nada a declarar, só vim prestar minha solidariedade ao
amigo Roberto Santiago, empresário respeitado, bem quisto e de boa índole.
Vamos nos reunir no shopping e a partir daí, ficar a par do que está acontecendo
e o que será feito de nossa parte", explicou o advogado do empresário. A
assessoria de Roberto Santiago disse que está apurando as informações,
aguardando mais detalhes da própria PF, para divulgar um posicionamento sobre a
operação.
Segundo as investigações, o grupo teria desviado ao menos R$ 18 milhões.
Um colaborador da Polícia Federal contou aos investigadores que o atual
prefeito, inicialmente eleito como vice-prefeiro em 2012, teria pago R$ 5
milhões ao ex-prefeito, Luceninha para assumir o mandato.
Durante as investigações, ficou comprovado a participação das principais
autoridades públicas do município que se beneficiavam do esquema de diversas
formas, tendo registrado aumento patrimonial espantoso, muito acima do
condizente com sua renda. De acordo com a Polícia Federal, somente na aquisição
de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que um agente político
envolvido movimentou mais de R$ 10 milhões à margem do sistema financeiro
oficial.
Em um dos esquemas, foram detectados funcionários fantasmas da
prefeitura e da câmara municipal que recebiam salários de até R$ 20 mil e
entregavam a maior parte para as autoridades locais, ficando de fato com
valores residuais. Foram constatadas ainda doações fraudulentas de imóveis do
patrimônio público municipal, bem localizados e de alto valor, para empresários
locais sem que houvesse critérios objetivos para a escolha do beneficiado.
Os envolvidos vão responder por formação de organização criminosa,
corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude licitatória. O prefeito
Leto Viana, em específico, vai responder ainda por crime de responsabilidade na
esfera da administração pública. O Ministério Público e a PF disponibilizam um endereço
eletrônico para denúncias relativas à investigação.
Fonte: Kennedy em dia.
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