Falta de abastecimento preocupa Saúde em Campos
A Saúde em Campos continua sofrendo os impactos da paralisação dos
caminhoneiros, que chega a seu nono dia nesta terça-feira (29). Nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS), estão sendo priorizados os atendimentos de
urgência e emergência. Segundo a Prefeitura, não houve, até o momento, registro
de falta de medicamentos da atenção básica, visto que os estoques foram
repostos antes da paralisação. Tanto nas UBS, quanto nos hospitais do município
(Hospital Geral de Guarus e Hospital Ferreira Machado), são realizados
levantamentos constantes para atualização do estoque. Representantes da
secretaria municipal de Saúde e da Fundação Municipal de Saúde (FMS) se
reuniram nessa segunda-feira (28) para traçar estratégias de atendimento
de urgência e emergência à população.
— Nosso objetivo foi unir informações dos setores para termos o controle
efetivo das principais dificuldades encontradas atualmente no município,
principalmente com relação ao abastecimento de diesel e demais combustíveis.
Recebemos medicamentos na última semana e ainda temos a situação sobre
controle. O maior problema é garantir a chegada dos demais insumos, materiais,
medicamentos e oxigênio, porque muitos caminhões continuam retidos
principalmente no município do Rio de Janeiro e temos fornecedores de Minas
Gerais que não estão conseguindo trafegar nas estradas. O objetivo é garantir o
atendimento de urgência e emergência à nossa população — ressaltou a secretária
de Saúde de Campos, Fabiana Catalani.
Ainda de acordo com a secretária, a estratégia é garantir que estes
veículos cheguem ao município por meio do abastecimento que seria realizado
pelo Corpo de Bombeiros, já que a secretaria estadual se comprometeu em atender
os municípios nesta situação.
— Precisamos garantir o abastecimento de alguns veículos que têm
combustível para chegar a nossa cidade, mas não têm como retornar. Isso é
preocupante porque estaríamos com nossa rede de urgência e emergência
comprometida caso esses itens não cheguem. Já estamos fazendo um levantamento
desses caminhões para resolver esta situação o mais rápido possível — completa Catalani.
Em Quissamã, a coleta de sangue em cinco Unidades de Saúde da Família
(UBSF) e as visitas domiciliares foi suspensa. Já em Macaé, a área da Saúde
ainda não sentiu os reflexos da paralisação e manteve as atividades
inalteradas. Em São João da Barra, as unidades 24 horas funcionam somente
com serviços de urgência e emergência. O serviço ambulatorial foi suspenso e as
consultas serão remarcadas logo que a situação for normalizada. Nas unidades de
Estratégia Saúde da Família (ESF) e nas UBS, os serviços estarão funcionando
parcialmente. Já os serviços administrativos realizados na Policlínica central
continuarão funcionando normalmente.
A clínica Pró-Rim, no Centro de Campos, também está em situação crítica,
com redução do tempo na diálise para poupar recursos. A unidade aguarda a
chegada do caminhão com insumos desde o início da greve, e tinha expectativa
que o abastecimento ocorresse na noite do último sábado, o que não aconteceu.
Nessa segunda, a unidade informou que o estoque de materiais seguia abaixo da
quantidade necessária, mas os atendimentos continuam sendo feitos.
Ainda em consequência da greve dos caminhoneiros, a secretaria de Estado
de Saúde suspendeu a realização de cirurgias eletivas na rede estadual desde
essa segunda. A secretaria afirma que o estoque de sangue está baixo e pede à
população que compareça às unidades de coleta para doação. Em Campos, o
Hemocentro Regional também apresenta estoque baixo e as cirurgias eletivas
também ficaram comprometidas.
— Estamos monitorando a situação 24 horas por dia. Todas as nossas
unidades estão em funcionamento, mas com os baixos estoques de sangue
precisamos priorizar as cirurgias de urgência e emergência. Quem morar ou
trabalhar próximo ao hemocentro e puder doar sangue vai nos ajudar — disse o
secretário estadual Sérgio Gama.
Fonte: Folha1
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