Morre no Rio o jornalista de Campos Joca Muylaert
Acabou de falecer no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de
Janeiro, o jornalista Jorge Luís Muylaert, o Joca. Ele tinha 60 anos e estava
internado desde 28 de janeiro, para tratamento de leucemia. Devido a
complicações pulmonares e renais, ele foi para o CTI do hospital, onde estava
desde sexta (13), e faleceu nesta tarde. Joca deixa seis filhos e um neto. O
velório será a partir das 8h desta quarta, no Campo da Paz, onde o corpo será
sepultado às 16h.
Joca era bastante conhecido na cidade não apenas como jornalista, ofício
que exercia muito antes de se formar na Faculdade de Filosofia, em 2002. Como
militante político, a partir da reabertura democrática no Brasil, ele foi um
dos fundadores do PSDB de Campos no final dos anos 1980. Depois, comandou
durante alguns anos o PV no município e foi coordenador do partido na região.
Com militância ativa também no cenário cultural de Campos, Joca foi
poeta vencedor do FestCampos de Poesia Falada. Ele também foi diretor da Casa
de Cultura Villa Maria, nos anos 1990, ainda no processo de implantação e
consolidação da Uenf. Ciente das questões de diversidade que só se tornariam
pautas da moda alguns anos depois, um dos destaques da sua administração foi a
instalação do Centro de Referência da Cultura Afro-Brasileira (CCAB) na Villa.
Como autor, Joca publicou um único livro: “O Beija Flor Amigo”, lançado
em 2002. Pai amoroso de meia dúzia de filhos, dedicou a obra à literatura
infantil. No governo Alexandre Mocaiber, ele foi ainda diretor da Biblioteca de
Campos durante a gestão da produtora Luciana Portinho na Fundação Cultural
Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL).
Jornalista, poeta, irreverente e contestador por natureza, Joca também
foi um boêmio conhecido na noite goitacá. Pelo menos na última década, seu
ponto mais frequente era a saudosa Toca dos Amigos, na Rua Pero de Góis, que
fazia quase de segunda casa. Ele era muito amigo do proprietário, Roberto Alves
da Costa. O falecimento deste (aqui), em 9 de abril deste ano, deixou o
cliente e amigo, já internado no Inca, profundamente triste.
Elevada pelo encantamento dos seus personagens mais ilustres, a Toca dos
Amigos agora é outra. Com uma cerveja estupidamente gelada, é de lá que Joca e
Roberto erguerão seus copos de botequim, com choro do santo derramado em chuva,
para justificar os que agora são apenas saudade.
Fonte: Folha1
Nenhum comentário
Postar um comentário