Enel ameaça cortar energia do Hospital Plantadores de Cana por dívidas


O Hospital dos Plantadores de Cana, em Campos dos Goytacazes, foi comunicado pela Enel Distribuição Rio que o fornecimento de energia será interrompido até o fim desta semana. O motivo alegado pela empresa são contas de luz vencidas há 20 anos. Segundo a concessionária, a dívida do HPC ultrapassa R$20 milhões. A direção do hospital conseguiu na justiça a suspensão do corte. Afirmou que a dívida total cobrada seria menor. Uma audiência de conciliação foi marcada pelo juiz Paulo Mauricio Simão Filho para 13 de novembro. 

A Enel diz que tenta há anos negociar o débito, mas sem sucesso. O hospital foi notificado há um mês sobre o desligamento do prédio da rede da distribuidora por inadimplência, e que o Hospital Plantadores de Cana não se manifestou em relação ao pagamento ou negociação da dívida de forma efetiva. O SUS, a Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, Secretaria Municipal de Saúde e o Ministério Público também foram comunicados sobre o corte. 

De acordo com a Enel, após a interrupção do fornecimento de energia a companhia assumirá os custos de geradores que serão instalados na unidade. Isto daria mais tempo ao hospital para realizar a remoção de seus pacientes. A direção do Hospital Plantadores de Cana se defendeu procurando a justiça para suspender a decisão da Enel. O juiz Paulo Maurício Simão Filho determinou que o corte de energia seja cancelado. Ele alertou que se a Enel interromper o fornecimento de energia receberá multa diária de R$10 mil limitada a R$100 mil. Ele convocou representantes das instituições para uma audiência conciliatória no dia 13 de novembro. 

Em nota, a assessoria de imprensa do Hospital dos Plantadores de Cana afirma que existe sim um processo de cobrança, mas os valores estão incorretos. A diretoria alega que os valores cobrados dependem de apuração judicial e que já tentou renegociar a dívida para que seja parcelada a partir de janeiro de 2019. O diretor-presidente do HPC, Frederico Paes, contou que possui um crédito a receber da Prefeitura Municipal de Campos na ordem de R$7 milhões da gestão passada, e que está em negociação com o atual governo. 

Frederico Paes manifestou, ainda, que o HPC tem 98% dos pacientes internados pelo SUS, e que se houver insistência de corte de energia, a empresa Enel poderá ser responsabilizada pelos riscos de morte de pacientes.
Fonte: Terceira Via


Nenhum comentário