Prefeito afastado de Itapemirim, Luciano de Paiva Alves, terá que devolver R$ 21,2 milhões por fraudes em shows
A Justiça condenou o prefeito afastado de Itapemirim, Luciano de
Paiva Alves (PROS), e mais nove pessoas por envolvimento na contratação
de shows artísticos superfaturados, sem licitação.
Os fatos foram
apurados na primeira fase da Operação Olísipo, deflagrada pelo
Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Procuradoria de
Justiça Especial e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco), em março de 2015.
Luciano e os demais
denunciados foram condenados a ressarcir os cofres públicos em mais de
R$ 21,2 milhões, acrescido de juros, além do pagamento de multa, a perda
da função pública, a suspensão dos direitos políticos, entre outras
sanções.
A
decisão também mantém o afastamento de Luciano Paiva, que já estava
fora do cargo desde o final de abril de 2017, por suspeitas de corrupção
na contratação de obras e serviços de engenharia e contratação de
projetos arquitetônicos e urbanísticos para Itapemirim.
Também foi decretada a indisponibilidade dos bens dos condenados para garantir o futuro ressarcimento aos cofres do município.
Ação Civil Pública
Na
Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, o MPES
argumenta que ao vencer o pleito para o mandato de 2013 a 2016, o então
prefeito e os demais denunciados teriam se organizado com a finalidade
de lesar os cofres públicos. Para tanto, entre outras ilegalidades,
deixaram de realizar licitação para a contração de “shows” artísticos
superfaturados, como forma de capitalização rápida do grupo
recém-empossado.
Os valores superfaturados, segundo os autos, eram
destinados a cobrir custos da campanha, compromissos firmados durante o
período eleitoral e promessas de vantagens indevidas a particulares,
tornando a gestão um balcão de negócios. Dos 11 denunciados pelo MPES
nessa ação, a Justiça julgou improcedente a denúncia em relação a um dos
acusados de envolvimento na fraude.
Em julho de 2015, após a
primeira fase da Operação Olísipo, o MPES ofereceu ao Tribunal de
Justiça do Espírito Santo (TJES) denúncia referente à contratação
irregular de shows, responsabilizando o prefeito e outros dez agentes
públicos do município. O então prefeito foi denunciado pela suposta
prática dos crimes de organização criminosa, dispensa indevida e fraude
em licitação, corrupção passiva e falsidade ideológica. Além da
condenação dos agentes públicos, o MPES pediu a quebra do sigilo
processual. Foi ajuizada também outra denúncia relacionada a
desapropriações irregulares feitas pelo município.
A defesa de
Luciano Paiva informou, por meio de nota, que está trabalhando no
recurso da decisão. “Não foram consideradas as provas juntadas pela
defesa. Há muitos pontos a serem explorados no recurso”.
*Com informações do MPES/Aquinoticias
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