Decreto assinado por Bolsonaro facilita até quatro armas por cidadão
BRASÍLIA - O decreto assinado nesta terça-feira pelo presidente Jair Bolsonaro facilitará que cada cidadão tenha a posse de até quatro armas de fogo. O número pode ser maior se comprovada a real necessidade para o requerente. Os interessados não vão precisar mais do aval da Polícia Federal sobre a posse indispensável do objeto em casa. A partir de agora, bastará uma autodeclaração para que o direito à posse seja concedido — ainda é necessário apresentar atestados de aptidão física e condições psicológicas.
O texto já coloca como pressuposto da efetiva necessidade da arma o fato
de o interessado morar em um estado com uma taxa de homicídios superior
a 10 mil por 100 mil habitantes (com dados de 2016), conforme dados
oficiais, e em área rural. Estes critérios permitem o acesso a
habitantes de qualquer unidade da federação. Titulares ou responsáveis
legais por estabelecimentos comerciais ou industriais também terão a
posse de armas garantida.
A medida também libera a posse de armas para uma lista ampla de
servidores públicos, inclusive os inativos, tais como os agentes da área
de segurança pública, da administração penitenciária, do sistema
socioeducativo e envolvidos em outras atividades com poder de polícia
administrativa. Também terão direito militares ativos e inativos.
Outros casos poderão ser analisados para justificar o pedido de posse de
arma. As novas regras estabelecem que a validade do registro é de 10
anos. Até então era preciso renovar a cada cinco anos. Estão mantidas as
exigências de ter no mínimo 25 anos de idade, não responder a processo
criminal nem ser investigado, não ter antecedentes criminais, apresentar
laudo psicológico e atestado de capacidade técnica.
'Direito legítimo'
Durante a cerimônia que marcou a assinatura do decreto nesta
terça-feira, Bolsonaro destacou que os novos critérios para a posse de
arma obedecem a decisão das urnas no referendo realizado em 2005 para
consultar a população sobre o tema.
— Como o povo soberanamente decidiu por ocasião do referendo de 2005,
para lhes garantir esse legítimo direito à defesa, eu como presidente
vou usar essa arma — disse o presidente, ao mostrar uma caneta.
No discurso, o Bolsonaro também mencionou que a legislação anterior era
subjetiva quando se tratava da necessidade de comprovação de necessidade
para a obtenção do aval da Polícia Federal. Fonte: O globo.
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