Câncer de pele melanoma: como prevenir e diagnosticar precocemente
Pintas e manchas na pele nem sempre
indicam algo grave. Em alguns casos, porém, elas são o principal alerta para
uma doença que merece atenção, especialmente no verão:
o câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este
tumor é o de maior incidência entre a população brasileira e chega a
aproximadamente 180 mil novos casos por ano.
"Nós, médicos, dividimos o
câncer de pele em dois grandes grupos: o não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular) e o
melanoma. O mais comum dentre eles, quase 70% dos casos, é o basocelular;
enquanto o de maior gravidade, apesar de não ser tão comum, é o melanoma",
destaca o dermatologista Elimar Gomes, coordenador do grupo de dermatologia do
Centro Oncológico do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O melanoma é causado por uma
alteração nos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. No
geral, essa mutação pode ocorrer por fatores ambientais, como a alta exposição
aos raios solares; e/ou por fatores genéticos, com mais chances de se
desenvolver quando há histórico na família. Apesar da gravidade, é importante
reforçar: o melanoma tem tratamento e cura, principalmente se for descoberto no
estágio inicial.
Conheça
os principais sintomas
São as manchas e pintas que indicam
que algo não vai bem. Geralmente, elas passam por transformações de tamanho e
cor ou apresentam sintomas como coceira e sangramento. Porém, segundo o
dermatologista Elimar Gomes, nem sempre os sintomas se manifestam ou são
visíveis a olho nu; por isso, é preciso estar atento e procurar uma avaliação
especializada pelo menos uma vez ao ano.
Além disso, os sinais podem variar de
acordo com o tipo de melanoma, que são quatro, no total: extensivo superficial,
nodular, lentigo maligno e acral. O local de surgimento também pode variar,
sendo mais comum nas costas e nas pernas. Mas qualquer região pode ser
comprometida, como o couro cabeludo e as unhas, e até mesmo, nas mucosas
genital e oral.
Como
fazer o diagnóstico precoce?
A melhor pessoa para realizar o
diagnóstico é um profissional de saúde, de preferência o médico dermatologista
ou o oncologista. Mas você mesmo pode, pelo autoexame, identificar os sintomas
e procurar ajuda. Para isso, é muito importante que você conheça o próprio
corpo, analise manchas e pintas e saiba se algo mudou, para agendar uma
consulta e explicar a situação ao especialista.
"O diagnóstico precoce para
melanoma pode possibilitar a cura. Um melanoma com diagnóstico no estadio 1, ou
seja, que está na fase inicial, restrito as primeiras camadas da pele, tem mais
de 90% de chance de cura, enquanto um melanoma avançado não passa dos 25%.
Então, é muito importante procurar ajuda, porque podemos salvar vidas",
ressalta o Elimar Gomes.
De acordo com o dermatologista, uma
técnica bastante simples que auxilia tanto os pacientes quanto os profissionais
de saúde no diagnóstico precoce é a regra ABCDE, que analisa diferentes
aspectos de um sinal na pele. As letras significam, respectivamente:
·
Assimetria: um lado da pinta é
diferente do outro
·
Bordas irregulares: contorno
irregular, que lembra um mapa, por exemplo
·
Cor: mais de 3 cores diferentes em um
mesmo sinal
·
Diâmetro: pinta com seis milímetros
de diâmetro ou mais
·
Evolução: mudança de textura, cor ou
tamanho.
Caso você tenha algum desses
sintomas, é hora de procurar o médico para realizar uma investigação detalhada
do sinal. "A primeira coisa aplicar é regra ABCDE e, em alguns casos,
somente o exame dermatológico já pode diagnosticar o câncer. Além disso,
fazemos uma dermatoscopia, utilizando uma lente de aumento que facilita a
identificar as pintas boas diferenciando do melanoma", explica o
dermatologista Elimar Gomes.
Além desses métodos de diagnóstico,
existe ainda a dermatoscopia digital e a microscopia confocal. Durante a
consulta, se o dermatologista suspeitar que uma pinta pode ser um melanoma, ele
deverá removê-la (biópsia) e encaminhá-la para o exame anatomopatológico. Após
esse passo, será indicado o melhor tratamento para cada caso e necessidade
daquele paciente.
O
tratamento é fundamental para a cura
O tratamento mais eficaz para o
câncer de pele melanoma ainda é a cirurgia. Durante esse procedimento, o
especialista extrai a pinta e, confirmado o melanoma, a pele ao redor, para
garantir que as células cancerosas sejam 100% removidas.
Já no caso de melanoma em estadio
mais avançado, como quando há metástase, o oncologista poderá indicar outros
tratamentos, como imunoterapia, terapia alvo, quimioterapia, radioterapia, ou
até mesmo a combinação de dois ou mais métodos.
Portanto, o diagnóstico precoce é
importante justamente porque impede o avanço do câncer para outros órgãos,
adianta o tratamento e aumenta a possibilidade de cura. Tratar o melanoma na
fase inicial, por exemplo, garante 90% de chances de cura do problema.
Fique
de esperto e saiba como prevenir o melanoma
De acordo com Elimar, pessoas que
possuem histórico familiar para melanoma; muitas pintas ou sardas; pele e olhos
claros estão mais suscetíveis ao câncer de pele, de forma geral, e ao melanoma,
porque se queimam com mais facilidade. Porém, qualquer pessoa que tem o hábito
de se expor intensamente ao sol, sem proteção, corre o risco de ter a doença.
Para começar, as dicas do
dermatologista são simples. ?A principal causa do câncer melanoma é a exposição
exagerada aos raios ultravioletas, então, se você reduz a exposição ao sol e
nunca se queima, as chances diminuem. Você pode se expor com cuidado, para não
ter com queimadura, evitar o sol das 10h até as 16h e usar chapéus, óculos,
roupas com proteção UVB e UVA?, explica Elimar Gomes.
Além disso, o principal item de
proteção contra os raios solares é o filtro solar. O produto deve ser usado
todos os dias - mesmo naqueles que estão frios e nublados -, lembrando sempre de
escolher os que têm FPS maior que 30 e de reaplicar o produto a cada 2 ou 3h ou
após mergulhar na água.
Fonte: Ministério da Saúde
Nenhum comentário
Postar um comentário