Polícia Civil capixaba prende suspeitos de aplicarem golpe do bilhete premiado em todo país
A equipe da Delegacia Especializada de
Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) prendeu, nessa terça-feira
(12), A.F.S., de 65 anos, e R.L.S., de 37 anos, suspeitos de fazerem
parte de uma organização criminosa especializada em aplicar o golpe
conhecido como “bilhete premiado”.
Os dois suspeitos foram presos, em
flagrante, no bairro Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha. Com eles
foram apreendidos os falsos bilhetes premiados, anotações de orientações
sobre o golpe e $100. Os resultados da operação foram apresentados na
tarde desta quarta-feira (13), no auditório da Chefatura de Polícia, em
Vitória.
O delegado-geral da Polícia Civil, José
Darcy Arruda falou sobre a modernização da prática criminosa. “Este é um
golpe antigo e já foi conhecido por diversos nomes. Ele se utiliza da
ganância e do interesse da vítima em ganhar algo fácil. Por ser um golpe
já muito conhecido, acreditava-se que as pessoas não cairiam mais nele.
Porém, os criminosos conseguiram dinamizá-lo”, ressaltou o
delegado-geral.
Durante a coletiva, José Darcy Arruda
também chamou atenção para que as vítimas do crime não se deixem
envergonhar e procurem a polícia. “Nós pedimos que venham denunciar o
crime. A participação da vítima é essencial para nossas investigações e
para que os envolvidos nessa prática paguem pelo que cometeram”,
alertou.
A responsável pela Defa, delegada
Rhaiana Bremenkamp, A.F.S. é do Mato Grosso e R.L.S. é de Goiás. “Os
dois possuem passagem em vários estados pelos crimes de estelionato,
roubo, furto, extorsão, falsificação de documento e associação
criminosa. Eles foram presos após uma tentativa frustrada de aplicar um
golpe”, disse.
Rhaiana Bremenkamp informou ainda que os
dois estavam sendo monitorados desde o dia 11 de janeiro, quando uma
senhora de 67 anos perdeu R$85 mil. “Ontem, acompanhamos uma tentativa
de golpe. Conversamos com uma idosa que teria sido vítima deles, mas
acabou desistindo de continuar as negociações. Logo depois, nós seguimos
o carro dos detidos até Vila Velha, onde ele foi parado e eles foram
presos em flagrante com todo o material usado no crime”, explicou a
delegada.
A.F.S. e R.L.S. foram encaminhados ao
Centro de Triagem de Viana (CTV) e vão ser indiciados por estelionato
tentado e associação criminosa.
O golpe
Rhaiana Bremenkamp explicou que os
golpistas são rápidos e desaparecem logo após aplicar o golpe. “Eles
costumam ser de outros estados e só vêm para cá com intuito de praticar o
crime, ficando no máximo dois dias aqui. Os detidos afirmam que esse
delito é praticado em todo país e que eles nunca retornam a um estado
com o mesmo carro”, contou.
A delegada também afirmou que os alvos
preferenciais do crime são idosos e, principalmente, mulheres. “Eles
costumam abordar pessoas com mais de 60 anos pela rua, geralmente,
próximo a farmácias e outros estabelecimentos comerciais. Os
estelionatários também optam por bairros nobres, como Praia do Canto, em
Vitória, e Praia da Costa, em Vila Velha”, acrescentou Bremenkamp.
A responsável pela Defa explicou que
eles costumam agir em três, um primeiro suspeito que surge com o bilhete
premiado, outro que aparece para dar apoio na mentira e um terceiro que
atua como olheiro. “Geralmente o estelionatário aborda o idoso na rua
pedindo informação e acaba dizendo que tem um bilhete de loteria. Nesse
momento surge o outro envolvido que confirma a história do primeiro.
Juntos, os dois suspeitos instigam a vítima a participar do golpe”,
afirmou.
A delegada contou que os suspeitos
prometem dividir com a vítima parte do prêmio. “Eles a levam até um
banco, onde a convencem de sacar e entregar tudo que tem. O terceiro
olheiro age sempre a distância, observando se a vítima está desconfiando
ou se alguém do banco está chamando a polícia”, explicou Bremenkamp.
Também participaram da coletiva que
apresentou os criminosos o chefe do Departamento Especializado de
Investigações Criminais (Deic), delegado Romualdo Gianordolli e o chefe
da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio
(DRCCP), delegado Fabiano Rosa.
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