Professora aposentada é vítima de golpe e perde R$ 50 mil em Campos
Uma professora aposentada, de 65 anos, foi vítima do golpe do falso bilhete de loteria premiado e teve um prejuízo de R$ 50 mil. O caso foi iniciado no bairro Turfe Clube, por volta das 9h30 desta quinta-feira (25) e concluído depois das 14h. O golpe foi aplicado por dois homens com idades entre 55 e 60 anos, que convenceram a vítima a fazer saques para, então, receber o dinheiro do prêmio. Os dois fugiram após um deles simular mal-estar e a idosa ir à farmácia para socorrê-lo. Ninguém foi preso. O caso foi registrado na manhã desta sexta (26), na 134ª Delegacia de Polícia (Centro).
A vítima não quis dar entrevista e pediu para não ter a identidade revelada, mas solicitou que a advogada contasse a história, para que outras pessoas não sejam também lesadas. A advogada relatou que a aposentada foi abordada por um homem de cerca de 60 anos, que vestia roupas simples.
— Ele se apresentou como uma pessoa do interior, que não sabia ler ou escrever e que, com um papel na mão, disse que procurava a loja de Dona Celma. No papel estava escrito que ele precisava levar todos os documentos pessoais, porque havia ganhado um prêmio. Minha cliente disse que não conhecia a Celma, não sabia onde ficava a loja e começaram a conversar. Passou um outro homem, de um 50 e poucos anos, com roupas de executivo e também foi abordado pelo senhor, que fez a ele a mesma pergunta — disse a advogada, contando como o golpe foi iniciado.
O segundo homem também teria respondido não saber onde ficava a loja, mas falou que trabalhava na Receita Federal e que ia ajudar o suposto ganhador de um prêmio da loteria. “Ele pediu o comprovante do jogo e o outro mostrou um bilhete, que a vítima acha que era da Quina. Com o bilhete em mãos, o que se passava por funcionário da Receita simulou uma ligação do celular, foi confirmando os números e disse que realmente o senhor tinha ganhado algo em torno de R$ 1,5 milhão. Disse que conhecia os trâmites para o recebimento do prêmio e ligou para outra pessoa, que disse que o senhor, por não saber ler nem escrever, precisaria de duas testemunhas para receber. Além disso, o senhor teria perdido seus documentos pessoais. A partir daí, o golpe começou a funcionar”, acrescentou.
Segundo a advogada, a aposentada foi sendo envolvida pela conversa dos golpistas, a ponto de aceitar ser testemunha, junto com o suposto funcionário da Receita, e realizando saques para mostrar que tinham dinheiro em suas contas e que as contas não tinham débito. “O senhor pediu a ajuda dos dois e disse que ficaria com a maior parte do prêmio, mas daria uma gratificação a eles, se servissem de testemunhas e o ajudassem a receber. E envolveram a vítima de um jeito, que ela entrou com eles no carro do executivo, um Fiat Etios prata e, na agência bancária, fez seques totalizando R$ 20 mil, mas os homens alegaram que seriam necessários R$ 50 mil para levar até a Caixa Econômica Federal e poder sacar o dinheiro da premiação. A vítima, então, foi em outra agência e conseguiu fazer um empréstimo consignado de R$ 30 mil, liberado imediatamente”.
Após saírem da agência bancária, a caminho da Caixa Econômica, o suposto ganhador simulou um mal-estar e a vítima foi a uma farmácia, comprar remédio e água para ele. Nesse momento, os dois fugiram com os R$ 50 mil na mala do carro. Segundo a advogada da aposentada, agora elas esperam, pelo menos, reverter a situação do empréstimo. Elas questionam a liberação de R$ 30 mil em espécie, em empréstimo consignado, sem verificação de documento ou quaisquer outras exigências. O caso foi registrado para investigação na 134ª Delegacia de Polícia (Centro).
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