MP faz operação para prender bombeiros militares que fraudavam licenças em Campos
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e com apoio do Grupamento de Apoio à Promotoria (GAP), realizou a operação Halligan, nesta terça-feira (30), para prender três bombeiros militares acusados de operar um esquema fraudulento de concessão de licenças para empreendimentos em Campos. Foram denunciados e presos, no Rio de Janeiro, os coronéis Kleber Fernandes dos Santos e Luis Eduardo Firmino dos Santos e o subtenente Nilson Rocha.
Uma equipe do GAP esteve, nesta manhã, em uma residência na rua Otacílio Caiobi Martins, no Jóquei onde mora o subtenente. A esposa de Nilson, que foi encaminhada à 134ª Delegacia de Polícia (Centro), estava na casa e informou que ele foi para o Rio de Janeiro, onde foi preso enquanto desembarcava do ônibus na rodoviária, para uma consulta médica. No local, foram apreendidos R$ 5 mil em dinheiro, um cheque no valor de R$ 20 mil, um revólver calibre 38 e um Honda HR-V. De acordo com o GAP, com Luis Eduardo, no Rio, foram apreendidos R$ 12 mil em notas de R$ 100.
Denúncia — Entre abril de 2015 e setembro de 2017, os denunciados operavam esquema em que cobravam altos valores de empresários locais sujeitos à sua fiscalização para realizar o procedimento de legalização de seus negócios junto ao Corpo de Bombeiros Militar. À época, o denunciado Kleber comandava o 5º Grupamento de Bombeiro Militar de Campos e Luis Eduardo ocupava o cargo de Comandante Intermediário do Comando do Corpo de Bombeiros de Área Norte-CBA IV — Norte Noroeste. Os dois, sob articulação do subtenente Nilson (já reformado na época), constrangeram outros oficiais e praças da Seção de Serviços Técnicos a agir de modo ilegal para aprovar projetos contra incêndio e pânico de diversas edificações locais, sem a devida documentação, vistorias nas edificações e dispositivos preventivos necessários.
A denúncia demonstra que durante as investigações foram analisados 36 procedimentos nos quais foi possível observar com clareza todo o esquema criminoso. Segundo as investigações, empresários do ramo de cerâmica eram cooptados por Nilson, proprietário de um escritório de legalização de empreendimentos junto ao Corpo de Bombeiros. Ele cobrava valores na casa dos R$ 30 mil de empresários para providenciar a regularização, sendo que o custo real ficava em torno de R$ 2 mil e o restante do dinheiro era apropriado pelo subtenente e repassado aos demais integrantes do grupo.
Embora a obtenção do certificado de aprovação demandasse uma série de etapas, no esquema criminoso, os laudos e certificados eram expedidos no mesmo dia, sem o cumprimento de normas, de qualquer regra procedimental e fiscalização, o que coloca toda a sociedade local sob risco de acidentes.
Diante dos fatos apurados, eles foram denunciados por corrupção ativa, corrupção passiva, falsificação de documento e falsidade ideológica.
Com informações da Coordenadoria de Comunicação/ MPRJ/Folha1
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