Flamengo e Fluminense se preparam para segunda etapa na gerência do Maracanã
Percorridos 133 dos 180 dias da permissão de uso do Maracanãdada a Flamengo e Fluminense, o futuro do estádio ainda é uma obra em fase de planejamento. O que se tem de mais concreto é o plano do governo do Rio de publicar nos próximos dias o edital da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI).
Esse é o instrumento por meio do qual a iniciativa privada realiza e entrega um estudo de viabilidade econômica, tendo em vista uma nova licitação. As empresas que fizerem a avaliação não poderão participar da futura concessão.
Em outubro, o Estado se valerá do direito de fazer um novo chamamento público para dar uma nova permissão de uso do Maracanã, com duração de mais 180 dias. Esse é o mesmo processo do qual Flamengo e Fluminense participaram em abril para se tornarem administradores temporários.
A questão é se mais empresas ou clubes formalizarão o interesse de assumir as rédeas do estádio, o que não aconteceu na primeira vez.
A avaliação do governo até o momento é positiva em relação ao uso do Maracanã, principalmente levando em conta a presença de público.
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Duas comissões foram instituídas no Palácio Guanabara para discutir os rumos do equipamento esportivo. Uma tem caráter consultivo e debate de forma mais direta o futuro processo licitatório. A outra é de fiscalização, instalada para acompanhar como o estádio está sendo usado.
Apesar do contrato em vigor com Fla e Flu, o governo não pode simplesmente assinar uma renovação automática e manter os dois clubes. O discurso nos bastidores é que a dupla tem se entendido bem, apesar da dificuldade financeira do tricolor. No que diz respeito aos compromissos junto ao governo, não há pendências.
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Pelo contrato, os clubes assumem os custos de manutenção, estimados em R$ 2 milhões mensais, além de seis parcelas de R$ 166,6 mil, que ao fim do contrato totalizarão R$ 1 milhão, valor que será repassado ao Estádio de Atletismo Célio de Barros e ao Parque Aquático Júlio Delamare.
Fla e Flu formalizaram recentemente a criação de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), destinada a gerir o estádio. O CEO é Severiano Braga, gerente de operações de estádios do rubro-negro. O tricolor é representado por Alexandre Vasconcellos, que cuida da parte comercial.
— Temos uma relação excelente com o Flamengo. Assinamos a SPE agora, montamos o conselho de administração. Nos próximos seis meses a tendência é que o contrato seja exatamente igual. Depois, vamos discutir os 35 anos — disse o presidente tricolor, Mário Segundo O GLOBO apurou, esse desenho é um dos fatores que não dão ao rubro-negro o interesse de inserir um terceiro sócio — seja ele empresa ou clube, neste caso, o Vasco.
Mas o discurso interno é que as portas seguem abertas para que o cruz-maltino use o Maracanã quiser. O mesmo vale para o Botafogo. Na proposta enviada por Fla e Flu ao governo, ficou estabelecido que qualquer clube pagaria R$ 90 mil para mandar jogos no estádio.
Enquanto o Botafogo está satisfeito com o Nilton Santos, cuja concessão foi estendida até 2031, o Vasco chegou a se insurgir contra a forma com a qual o Maracanã foi passada a Fla e Flu. Mas os ânimos se acalmaram nos últimos tempo.
O discurso no governo é político, dando conta de que não há interesse de distanciamento com o Vasco.
No meio desse cenário, o governo do Rio já se comprometeu com a Conmebol — como parte do processo de candidatura à sede da final única da Libertadores em 2020 — a deixar o Maracanã em condições de receber a partida, não importa qual seja o destino dele. Faltam a decisão da entidade e o desenrolar dos fatos para saber se será necessário o uso dessa garantia.
Fonte: O Globo
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