Estudo aponta alternativa de tratamento para doenças relacionadas à idade, como diabetes
Pesquisadores de Harvard desenvolveram um tipo de terapia genética com a qual seria possível tratar doenças como diabetes tipo 2, obesidade e insuficiências cardíaca e renal de uma só vez. O envelhecimento é fator de risco para o desenvolvimento destas doenças, e ter uma delas aumenta as chances de outra.
O estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), mostrou que a terapia baseada em vírus adeno-associado melhorou ou reverteu completamente estas doenças relacionadas à idade, sugerindo que uma abordagem por este caminho para o tratamento destes problemas poderia melhorar a saúde e a expectativa de vida. O estudo foi realizado em camundongos.
A terapia genética é feita pela inserção de um vírus modificado no organismo, que tem como objetivo afetar genes associados a algumas doenças.
— Os resultados que vimos foram impressionantes e sugerem que o tratamento holístico do envelhecimento por terapia genética pode ser mais eficaz do que a abordagem fragmentada (uma para cada doença) que existe atualmente — disse Noah Davidsohn, autor principal do estudo, que completou: — Todo mundo quer permanecer o mais saudável possível, e este estudo é o primeiro passo para reduzir o sofrimento causado por doenças debilitantes.
Os pesquisadores se concentraram em três genes que demonstravam conferir benefícios aumentados à saúde e ao tempo de vida em camundongos. Eles levantaram a hipótese de que o fornecimento de cópias extras desses genes combateriam de maneira semelhante doenças relacionadas à idade.
Reversão de obesidade e diabetes
A equipe criou construções de terapia genética separadas para cada gene: usou o vírus AAV8 como veículo de entrega e injetou-os em modelos de ratos com obesidade, diabetes tipo 2, insuficiência cardíaca e insuficiência renal, individualmente e em combinação com os outros genes. O objetivo era verificar se houve um efeito benéfico sinérgico.
Um dos genes causou sozinho a reversão completa do ganho de peso e diabetes tipo 2 em camundongos obesos diabéticos após uma única administração de terapia genética. Quando combinado com outro gene, a terapia reduziu a atrofia renal em 75% dos camundongos com fibrose renal. A função cardíaca em camundongos com insuficiência cardíaca melhorou 58% quando receberam um dos genes isoladamente ou em combinação com qualquer um dos outros dois genes.
O estudo mostrou que o tratamento terapêutico com combinação de dois (FGF21 e sTGF-R2) dos três genes poderia tratar com sucesso os quatro fatores relacionados à idade, melhorando a saúde e a sobrevivência.
— Com o aumento da expectativa de vida, os brasileiros estão vivendo mais. Por isso, temos que buscar envelhecer com mais saúde, fazer com que as doenças mais comuns sejam melhor tratadas para melhorar a qualidade de vida. Mas a terapia genética só deve estar disponível para os humanos em 15 ou 20 anos — comenta Alexandre Hohl, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Fonte: Extra
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