Caminhão que saiu de Campos é roubado no Rio e Polícia se recusa a resgatá-lo


Uma empresa está há cinco dias implorando para a polícia do Rio de Janeiro recuperar um caminhão roubado que foi abandonado pelos criminosos a 200 metros do 22º Batalhão da Polícia Militar (Maré), às margens da Linha Vermelha, na Zona Norte da capital. A PM alega que não pode realizar operações na comunidade.

O caminhão estava carregado de creme de leite. Ele saiu de Campos, no Norte Fluminense, e foi parado por assaltantes na Avenida Brasil por volta das 6h30 do dia 21 de agosto, uma sexta-feira. O veículo foi levado pelos criminosos para a favela Nova Holanda, no Complexo da Maré.

O motorista do caminhão registrou o roubo na 21ª DP (Bonsucessso). Além de detalhar o ocorrido, ele deu a localização exata onde estava o caminhão, conforme indicação do GPS. Ele também procurou a PM para pedir ajuda, mas sem sucesso.

Segundo o motorista, os policiais disseram que não poderiam entrar na favela para recuperar o caminhão, que foi deixado entre duas escolas, a 200 metros do batalhão da Maré. Juntamente com outros funcionários da empresa, ele chegou a entrar na favela à noite, encontrou o veículo, mas teve medo de tirá-lo de lá.

Outro caminhão estacionado no mesmo local também consta como roubado. Testemunhas disseram o terreno onde os veículos estão funciona como uma espécie de garagem do tráfico, para onde os bandidos levam as cargas roubadas e descarregam para caminhões menores, pra venderem pela cidade.

O  porta-voz da PM fluminense, coronel Mauro Fliess, alegou que a polícia está proibida, por deliberação do Supremo Tribunal Federal (STF) de realizar operações policiais em comunidade. Destacou que "estamos diante de um crime patrimonial", ou seja, não há vida em perigo, e que a Maré é uma região muito perigosa para qualquer intervenção policial.

Questionado se o caminhão não será recuperado pela polícia, o oficial da PM disse que corporação precisa, primeiro, se planejar para a ação garantindo a segurança física dos policiais e da comunidade local.

“Tão logo a corporação tenha capacidade operacional de planejar, de reunir dados de inteligência, e conseguir chegar àquele local com segurança, com a convicção de que estarão minimizados os riscos de vida do policial e das pessoas de bem naquele local, iremos, sim, realizar essa operação”, destacou.

Fonte: G1

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