Impeachment de Witzel: deputados votam nesta quarta início do processo de cassação
Pela primeira vez na Hstória do Estado do Rio de Janeiro, o processo de impeachment contra um governador chega ao fim na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O destino de Wilson Witzel começa a ser definido às 15h no plenário da Alerj. Caso mais de dois terços dos deputados, ou 47 votos, decidam pela continuidade do processo, o ex-juiz federal passa a responder a uma comissão mista de julgamento, que dará a palavra final sobre a cassação do mandato. Nos bastidores da Alerj, a expectativa é por uma decisão unânime contra Witzel, que está afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça desde o dia 28 de agosto.
Apelo ao Supremo: Wilson Witzel pede ao STF para suspender o
processo de impeachment na Alerj.
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Witzel deve fazer sua defesa pessoalmente no plenário
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São necessários os votos de 47 deputados para a continuidade do processo
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Caso aprovado, será criada comissão de desembargadores e deputados para
julgamento que pode resultar em cassação
A comissão mista
Se aprovado o
prosseguimento, será formada uma comissão com cinco desembargadores sorteados e
cinco deputados que serão eleitos pela Alerj no dia 29. O processo será
conduzido pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Claudio
de Mello Tavares.
Sessão semipresencial
A sessão começa às
15h, para discussão do impeachment, com deputados tanto em plenário quanto
on-line. Cada um dos 25 partidos com representação na Alerj tem até uma hora
para falar. Os partidos podem indicar até cinco deputados para discursar.
Depois dos
deputados, será a vez da defesa falar por até uma hora. O tempo poderá ser
dividido entre o governador afastado e seus advogados.
Ao fim da defesa, inicia-se a votação aberta e nominal, como
determina o Supremo Tribunal Federal (STF). Será por ordem alfabética. O
relator da comissão que analisa o impeachment, deputado Rodrigo Bacellar
(Solidariedade), não poderá fazer interrupções, mas poderá responder ao
representante de cada partido caso haja dúvida sobre o parecer.
A previsão de
conclusão da sessão deve ser por volta das 20h.
Quadro favorável ao impeachment
O pronunciamento
de Witzel não deve alterar o quadro favorável ao impeachment. Mesmo deputados
próximos a ele devem votar a favor. A cassação de Witzel levaria o vice Cláudio
Castro, que já está como governador em exercício, a ser efetivado no cargo.
Governador pode ser duplamente afastado
Afastado do
cargo por decisão do STJ desde o dia 28 de agosto, Wilson Witzel pode ficar
duplamente afastado. Apesar de não ter efeito prático, a decisão da Alerj reduz
as chances de o ex-juiz conseguir retornar ao cargo por meio de um recurso que
a defesa tenta junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o
afastamento judicial.
Por isso, a
decisão da Alerj é aguardada pelo governador interino Cláudio Castro para fazer
uma mudança ampla nos cargos de primeiro escalão do estado. Além do
afastamento, a aprovação do impeachment na Alerj vai iniciar o julgamento de
Witzel por uma comissão mista formada por cinco deputados e cinco
desembargadores, conduzida pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio. Esse
julgamento, que tem prazo de 180 dias, decide sobre a cassação definitiva do
mandato de Witzel, o que confirmaria Cláudio Castro no cargo como governador
efetivo e deixaria o ex-juiz inabilitado para concorrer a cargos públicos por
oito anos.
A denúncia
O processo de
impeachment julgado pela Casa contra Witzel é basedo na denúncia de autoria dos
deputados Luiz Paulo e Lucinha (ambos do PSDB), protocolada no dia 27 de maio,
que acusa Witzel de crime de responsabilidade. O documento foi aceito pela Casa e, posteriormente, pela Comissão Especial que avaliou o teor das
denúncias e emitiu relatório favorável, que será votado nesta quarta-feira.
O texto de
Luiz Paulo e Lucinha se baseia nas investigações do Ministério Público Federal
(MPF) que vieram à tona na Operação Placebo, da Polícia
Federal, que, na ocasião, prendeu o então secretário estadual de Saúde, Edmar
Santos e o subsecretário Gabriell Neves, e cumpriu mandados de busca e
apreensão em endereços ligados ao governador.
Na denúncia
enviada à Alerj, os parlamentares citam também o despacho judicial, concedido
pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ, que permitiu a busca e apreensão nas
residências ligadas ao governador, onde o magistrado afirma que Witzel “tinha o
comando” da estrutura que deu suporte a fraudes na Secretaria de Estado de
Saúde, posto em que conforme descrito pelos investigadores, “o governador
mantinha o comando das ações, tendo este, criado uma estrutura hierárquica para
a prática dos delitos dentro da estrutura do poder executivo fluminense para
dar suporte aos contratos fraudulentos em ações para o combate ao coronavírus
no Estado do Rio”.
“A situação
se revela tão alarmante, com a existência de corrupção em pleno período de
pandemia, crime que poderia ser considerado como hediondo e o comportamento do
Chee do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro se revela tão admissível,
que outra alternativa não resta além de pedirem a estas Assembleia Legislativa
do Estado do rio de Janeiro que autorize que seja o governador (...) processado
na forma do artigo 74 e seguintes da Lei 1.079/50, pelos crimes de
responsabilidade previstos, nos artigos 4º, V e 9º,7 da Lei 1.079/50”, conclui
a denúncia.
Segundo processo de impeachment na história da Alerj
Esta foi a
segunda vez que um processo de impeachment foi instaurado na Alerj. A primeira,
porém, só chegou à fase de instalação da comissão especial de análise de uma denúncia
contra o ex-governador Luiz Fernando Pezão, em dezembro de 2018, após uma
decisão do Tribunal de Justiça que determinou a instauração do processo. A
denúncia perdeu o objeto com o fim do mandato de Pezão.
Fonte: EXTRA
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