Como a greve dos caminhoneiros pode afetar as compras online
Cerca de 861.710 pedidos deixaram de ser feitos pelos consumidores no período, uma queda média diária de 20% quando comparada ao período anterior à greve. Em 2021, com a pandemia do novo coronavírus e cada vez mais compras online sendo feitas, os efeitos da greve podem ser ainda piores ou o e-commerce aprendeu a sua lição?
Para o economista Paulo Feldmann, professor associado na Faculdade de Economia e Administração da USP e pesquisador na Universidade Fudan, na China, o problema é maior do que somente aprender com a situação que afetou os lucros há quase três anos.
“O e-commerce é um dos setores mais avançados da economia brasileira, mas o problema é que não adianta muito aprender. A greve dos caminhoneiros é um problema de solução quase impossível”, diz. “Mesmo que tenham aprendido, vão continuar dependendo de caminhões porque temos um problema muito sério que é a qualidade do transporte de mercadorias. Por ser feito de caminhão, é muito caro e isso afeta demais a competitividade das empresas brasileiras”, afirma.
O Mercado Livre, uma das maiores empresas de comércio eletrônico do Brasil, afirmou que “seguirá realizando as entregas dentro do prazo”. “Com uma rede logística de amplitude nacional, composta por malhas viárias e aéreas, a empresa acompanha atentamente os movimentos do setor e permanece empenhada em atender normalmente aos clientes que utilizam sua rede”, disse a companhia em comunicado enviado à EXAME.
Feldmann acredita que a greve – se chegar às mesmas dimensões da de 2018 – poderá fazer com que o e-commerce perca muitos clientes e, consequentemente, dinheiro. “Os consumidores vão continuar comprando, mas serão impactados pelo atraso e chega uma hora que desistem de comprar. É assim que as vendas caem.”
No mais, a greve dos caminhoneiros pode impactar diretamente na entrega dos pedidos feitos em lojas online – e também os bolsos dos empresários.
Fonte: Exame
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