Em coletiva, delegado diz que marido confessou que matou esposa a facadas

Del. Ronaldo Cavalcanti
O delegado titular da 134ª Delegacia de Polícia, Ronaldo Cavalcanti, realizou, na manhã desta terça-feira (16), entrevista coletiva sobre a prisão em flagrante do técnico de informática, Guilherme Maciel Pontes, de 35 anos. Segundo a polícia, ele confessou ter matado, com oito facadas no abdômen, sua esposa, Kissila Goudard Paineiras, de 32 anos, dentro do carro do casal nessa segunda-feira (15). Durante o fim da manhã, Guilherme Maciel Pontes foi transferido da DP e encaminhado para a casa de custódia, onde foi realizada a audiência de custódia e o autor do homicídio irá permanecer preso e aguardar o julgamento.
     A discussão que antecedeu o crime teria acontecido por ciúmes. No entanto, segundo o delegado, Guilherme disse que teria agido em legítima defesa. Essa não é a linha de investigação das autoridades, que fizeram o auto de prisão em flagrante como feminicídio.
De acordo com o delegado, assim que o fato foi apresentado na manhã dessa segunda-feira (15), chegaram informações de que o autor do crime teria sido o marido da vítima. Imediatamente, houve a qualificação e início das buscas que duraram até à noite, quando encontraram Guilherme escondido dentro de um matagal em Travessão. Ele havia abandonado o carro, queimado o veículo e se embrenhado na mata. Ainda segundo Ronaldo, “quando os policiais o localizaram, ele se entregou sem apresentar resistência”.
 
Assassino confesso e vítima
    A situação de flagrante foi mantida, pois as buscas foram ininterruptas. O delegado informou que, durante a lavratura do auto de prisão em flagrante, Guilherme se reservou ao direito de só se manifestar em juízo, pois estava sem assistência de um advogado.
– Hoje cedo eu conversei com ele novamente e o Guilherme falou que só comentaria o caso na presença de um advogado. Então, eu assenti ao direito dele. Mas, informalmente, ele confidenciou ao policial que o fato aconteceu dentro do carro e, em sua defesa, disse que a arma branca utilizada seria da mulher e ele, em uma luta corporal, havia tomado a arma e praticado o crime – narrou o delegado, acrescentando: “Eu estou plenamente convencido de que não foi isso. Tanto que autuei ele em flagrante no feminicídio, devido à condição da vítima ser mulher e o motivo do crime essa ideia de supremacia masculina”.
O delegado ainda acrescentou que foi realizado o levantamento do perfil do técnico de informática. De acordo com depoimentos de familiares e do pouco relatado por ele, Guilherme é pessoa ciumenta. O estopim para o crime foi o início de uma discussão há dois dias, em uma festa de família, quando houve um desacordo entre o casal – Kissila teria elogiado um parente e o Guilherme não gostou. A discussão teria sido retomada enquanto o autor do homicídio pegou a esposa em um trabalho e foi levar ele para o próximo serviço.
    – Foi ventilado nas redes sociais que Guilherme teria outras passagens por agressão e isso não procede. Levantamos a ficha dele e ele tem três passagens, uma como vítima de uma tentativa de homicídio, coincidentemente por arma branca, em 2016, e testemunha de uma ameaça. Ele não tem nenhuma ocorrência por violência doméstica registrada – desmentiu o delegado, sobre as diversas denúncias que surgiram na rede sobre outras supostas agressões praticadas pelo homicida.
Por fim, Ronaldo Cavalcanti contou que o autor não soube explicar o motivo de ter queimado o carro após o crime: “Ele nos informou que não sabe, também, o que aconteceu com a arma do crime, se ficou dentro do carro ou se a mulher desembarcou do carro com a arma e ela mesmo jogou fora. Não assumiu que teria ficado com a arma e ou teria se desfeito dela. A gente não sabe nem o tamanho que é”, concluiu.
*folha1
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